Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA MORTALIDADE HOSPITALAR POR SÍNDROMES MIELODISPLÁSICAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO NOS ÚLTIMOS 10 ANOS

  • MER Cavalcanti,
  • ECSC Barros,
  • JRDS Evangelista,
  • CA Felippe,
  • ML Kann,
  • CR Almeida,
  • LP Oliveira,
  • TA Pinto,
  • VF Martins,
  • E Bruno-Riscarolli

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S462

Abstract

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Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico da mortalidade hospitalar por síndromes mielodisplásicas (SMD) no estado do Rio de Janeiro nos últimos 10 anos. Materiais e métodos: Estudo ecológico, realizado em maio de 2024, utilizando dados públicos referentes à mortalidade hospitalar por SMD no Estado do Rio de Janeiro, entre os anos de 2013 a 2022. Os dados públicos foram obtidos do Sistema de Informação Sobre Mortalidade do Sistema Único de Saúde (SIM/SUS) e as variáveis selecionadas foram: sexo e faixa etária. Não foi necessária a submissão ao Comite de Ética e Pesquisa pois são dados de acesso público. O programa Microsoft Excel foi utilizado para tabulação dos dados e cálculos realizados. Resultados: Ao todo foram registrados 1233 óbitos por SMD no estado do Rio de Janeiro, sendo 49% do sexo masculino e 51% do sexo feminino. Em relação à faixa etária o maior número foi registrado entre pacientes com 80 anos ou mais, seguida da faixa de 70 a 79, com 44.3% e 28.2%, respectivamente. A maior mortalidade entre pacientes do sexo masculino e do sexo feminino ocorreu nessas faixas de idade. Entre os pacientes com 1 a 29 anos, a taxa de mortalidade registrada foi de apenas 1.5%, sendo a menor na faixa de 1 a 4 anos em ambos os sexos. Discussão: A distribuição dos óbitos por SMD, com um total de 1233 casos, demonstra que a mortalidade por essas condições têm prevalência elevada em faixas etárias avançadas. A quase igualdade na distribuição entre os sexos indica que, ao contrário de outras condições hematológicas nas quais pode haver uma predominância de um sexo sobre o outro, as SMD afetam homens e mulheres de forma bastante equitativa. No entanto, o fato de que a maior mortalidade ocorre em idades avançadas destaca a possibilidade de se considerar a idade como um fator de risco crucial para a mortalidade por SMD. Os dados também revelam que a mortalidade entre pacientes jovens é significativamente baixa, podendo estar relacionada com a menor incidência em populações jovens. A faixa etária de 1 a 4 anos apresentando a menor taxa de mortalidade entre as idades jovens pode sugerir que a SMD é menos prevalente ou menos severa nesta faixa etária, ou ainda que a detecção e manejo precoces contribuem para uma menor mortalidade. Conclusão: O estudo forneceu uma visão do perfil epidemiológico da mortalidade hospitalar por SMD no estado do Rio de Janeiro nos últimos 10 anos. A prevalência significativa de óbitos em pacientes com 70 anos ou mais destaca a importância do envelhecimento como um fator de risco importante para essas condições. A distribuição quase equitativa entre os sexos sugere que as SMD têm um impacto similar em homens e mulheres. A baixa taxa de mortalidade entre os pacientes mais jovens pode refletir uma menor incidência ou melhores resultados de tratamento para essa faixa etária. Estes achados sublinham a necessidade de estratégias direcionadas para o manejo e prevenção, especialmente em populações idosas, e podem informar futuras pesquisas e políticas de saúde pública voltadas para a melhoria do manejo dessa condição.