El Oído Pensante (Feb 2021)

O que os sociólogos aprendem com a música? Vidas musicais ocultas e o ofício de entender a sociedade

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DOI
https://doi.org/10.34096/oidopensante.v9n1.8075
Journal volume & issue
Vol. 9, no. 1

Abstract

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Os sociólogos são frequentemente músicos secretos. Isso vem desde W.E.B. Du Bois e Max Weber, no século XIX, para os quais a vida musical sempre esteve entrelaçada em seu pensamento sociológico. Nos últimos tempos, têm ocorrido numerosos apelos para que a música seja usada para reimaginar a própria sociologia. Por exemplo, David Beer (2014) reivindicou uma sociologia punk – tão urgente e vital como um single do The Clash – como um antídoto para as tendências vistosas e técnicas do “rock progressivo” na disciplina mainstream. Este artigo desenvolve a ideia de fazer sociologia com música, concentrando-se nas vidas musicais ocultas dos sociólogos. Ele explora uma série de exemplos, do aprendizado de campo de Howard Becker como pianista nos clubes de jazz de Chicago e suas teorias do desvio e rotulação, ao impacto que o violão teve na compreensão de Paul Gilroy sobre as culturas da diáspora africana, à conexão entre a vida de Emma Jackson como baixista na banda de indie rock Kenickie e sua sociologia feminista DIY (Faça você mesmo). Argumenta que os sociólogos aprendem muito com a música, tanto em termos das percepções que ela produz quanto no funcionamento da cultura e da sociedade, mas também em termos de como ela sustenta nossa imaginação sociológica e nos inspira a fazer sociologia de maneira diferente.

Keywords