Revista Panamericana de Salud Pública (Dec 2022)

Tendência de suicídio no Brasil de 2011 a 2020: foco especial na pandemia de covid-19

  • Fernanda Cunha Soares,
  • Douglas Nunes Stahnke,
  • Mateus Luz Levandowski

DOI
https://doi.org/10.26633/RPSP.2022.212
Journal volume & issue
Vol. 46, no. 212
pp. 1 – 9

Abstract

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Objetivo. Descrever a tendência das taxas de suicídio no Brasil de 2011 a 2020 e determinar a associação dessas taxas com variáveis relacionadas à pandemia de covid-19. Métodos. Este estudo ecológico de série temporal analisou a mortalidade por suicídio com destaque para 2020, primeiro ano da pandemia. A taxa de mortalidade por suicídio/100 mil indivíduos foi o desfecho primário. A tendência das taxas de suicídio foi calculada por regressão generalizada de Prais-Winsten e a previsão das taxas de suicídio em 2020 utilizou o modelo Autoregressive Integrated Moving Average (ARIMA). Investigou-se a associação entre taxas de suicídio e taxas de mortes por covid-19, desemprego, recebimento de auxílio financeiro emergencial e taxas de distanciamento social. Resultados. De 2011 a 2020, foram registrados 115 469 suicídios no Brasil (60,5 óbitos/100 mil habitantes). A taxa de suicídio em 2020 foi de 6,68/100 mil habitantes. A tendência das taxas de suicídios de 2011 a 2020 apresentou alta em ambos os sexos, com variação percentual anual de 0,23 (IC95%: 0,141; 0,322) em mulheres; e de 1,19 (IC95%: 0,714; 1,810) em homens. A mortalidade por suicídio cresceu em todas as regiões, com maior alta no Sul. Não houve evidências de recrudescimento dos suicídios em relação ao número esperado durante o primeiro ano da pandemia de covid-19. Conclusões. As taxas de suicídios cresceram em ambos os sexos e em todos os estados brasileiros. No primeiro ano da pandemia não houve aumento de suicídios em relação ao número esperado, com tendência estável durante os meses de 2020.

Keywords