Veritas (Jan 2013)
The syndrome of the house taken over = A síndrome da casa tomada
Abstract
Com o intuito de superar a situação paradoxal em que se encontra, ao conceitualizar a natureza de tal modo que a sua própria presença na natureza resulta inconcebível, a modernidade apresenta ao menos quatro alternativas: a) defesa do dualismo (Descartes, Kant); b) apelo a um monismo da natureza (Spinoza, Hobbes); c) afirmação de um monismo da subjetividade (Fichte); d) ou, por fim, elaboração de um monismo dialético (Schelling, Hegel). É bem conhecido que, destas quatro alternativas à crise de autointerpretação da subjetividade moderna, a primeira terá a influência mais duradoura na cena filosófica, marcando, ponto a ponto, este último alento da modernidade que alguns chamam de pós-modernidade, e desembocando na presente situação de hipercomensurabilidade entre subjetividade e natureza diagnosticada por Bruno Latour. A crise da subjetividade torna-se, assim, crise da filosofia, que termina refém da síndrome da casa tomada