Brazilian Journal of Infectious Diseases (Sep 2022)

PRÁTICA DO USO DE MÁSCARAS ENTRE A POPULAÇÃO BRASILEIRA DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19

  • Milena Cristina Couto Guedes,
  • Hevelyn dos Santos da Rocha,
  • Gabriel Nascimento Santos,
  • Maithê de Carvalho e Lemos Goulart,
  • Fernanda Garcia Bezerra Góes,
  • Silmara Elaine Malaguti Toffano,
  • Ana Cristina de Oliveira e Silva,
  • Elucir Gir,
  • Simon Ching Lam,
  • Fernanda Maria Vieira Pereira-Ávila

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 102595

Abstract

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Introdução: Com advento da coronavirus disease (COVID-19), a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou o uso de máscaras como parte das medidas de prevenção contra a doença e sua utilização por toda população é uma estratégia para reduzir a taxa de transmissibilidade do vírus, atuando como uma barreira física. Destaca-se que a prática do uso de máscaras entre a população é uma intervenção de saúde pública de baixo custo e tem por objetivo a autoproteção e proteção do outro em ambientes públicos, de saúde e domiciliares. Entretanto, tal prática, até então incomum no cotidiano brasileiro, pode ainda ser influenciada ou negligenciada pela propagação de diversas informações e pela disseminação de Fake News relacionados a COVID-19. Esse conjunto de fatores poderia dificultar a adesão ao uso de máscara pela população, sobretudo brasileira. Objetivo: Investigar a prática do uso de máscaras entre a população brasileira durante a pandemia de COVID-19. Método: Estudo transversal online realizado entre a população brasileira nos meses de abril e maio de 2020 e 2021. Os dados foram coletados através de mídias sociais por meio de dois instrumentos: Formulário de Informações Gerais e a Versão para o Português do Brasil da Face Mask Use Scale (FMUS). Para análise de dados no software IBM®SPSS v.22, utilizou-se o Test T de Student e Análise de Variância (ANOVA) para comparação de médias da escala e respostas “sim” ou “não” para contato com a COVID-19. O estudo atendeu a todos os requisitos éticos e foi aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa sob o nº de parecer de aprovação 3.971.512. Resultados: Participaram do estudo 24.344 (100%) brasileiros. O escore obtido da FMUS foi de 21,3 (DP = 7,3; Min:6,0; Máx:30) demonstrando a prática do uso de máscaras entre a população brasileira de 71,0%, sendo o escore maior para autoproteção 10,9 (DP = 3,5) do que para proteção do outro 10,3 (DP = 4,1). Dentre as médias dos componentes da escala e os padrões de respostas “sim” ou “não” em relação ao contato com a COVID-19, os indivíduos que afirmaram ter contato com a COVID-19 utilizaram mais máscaras, com destaque para autoproteção, em comparação aos que não tiveram contato com a doença (p = 0,000). Conclusão: Torna-se, portanto, evidente que a prática do uso de máscaras entre a população brasileira foi positiva mesmo diante das atuais circunstâncias econômicas desfavoráveis, da falta de incentivo pelas autoridades e pelo fato de seu uso ser recente em países ocidentais, principalmente no Brasil, durante a pandemia da COVID-19. Ag. Financiadora: Chamada MCTIC/CNPQ/FNDCT/MS/SCTIE/DECIT Nº 07/2020. Nr. Processo: CNPQ Nº401371/2020-4.