O Mundo da Saúde (Mar 2023)

Análise farmacoeconômica do uso de omeprazol por idosos em uma das unidades básicas de saúde do Brasil

  • Flavia Cristina Moura Gualberto,
  • Camila Rafaela dos Santos,
  • Cássia Rodrigues Lima Ferreira,
  • Josiane Moreira da Costa

DOI
https://doi.org/10.15343/0104-7809.202347e1452020P
Journal volume & issue
Vol. 47, no. 1

Abstract

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O omeprazol é inibidor de bomba de prótons mais prescrito no Brasil e é indicado para o tratamento de doenças por refluxos gastroesofágicos, úlcera péptica, esofagite erosiva, erradicação de Helicobacter pylori, síndrome de Zollinger- Ellison, gastrinomas, gastrite e distúrbios hipersecretores e prevenção de úlcera péptica. O uso indiscriminado e desnecessário, principalmente por idosos, é uma importante questão de saúde pública a ser tratada. Apesar de ser conhecida a existência do uso indiscriminado do omeprazol, identifica-se a necessidade de se verificar como ocorre a prescrição desse medicamento no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil. Além disso, acredita-se que estudos que analisam de modo famacoeconômico a prescrição do omeprazol podem contribuir para a revisão ou implementação de diretrizes e protocolos que envolvam o uso desse medicamento. O objetivo foi caracterizar e realizar análise farmacoeconômica do uso do omeprazol em Unidade de Atenção Primária a Saúde (UAPS) em Minas Gerais, Brasil. Trata-se de estudo descritivo com análise das prescrições de 41 pacientes idosos atendidos no período de abril/maio de 2018 e foram identificadas as seguintes variáveis: idade, sexo, dose, indicação, realização de endoscopia, demais medicamentos em uso e custo do tratamento. Na análise farmacoeconômica realizou-se o cálculo do custo médio da quantidade de omeprazol prescrita por paciente e considerou-se a realização ou não de endoscopia. Na população estudada, 29 (70,3%) do sexo feminino com mediana de idade: 69 anos. Apenas em 4 prontuários (9,8%) havia indicação para uso e em 18 (43,9%) pacientes, a utilização era feita há mais de dois anos e em 7 (17,1%) a mais de cinco anos. Apenas 3 (7,3%) realizaram endoscopia e foram utilizados 371 meses totalizando um valor financeiro de R$35.657,23. Os achados sugerem prescrições em longo prazo e sem registro da indicação em prontuário. O custo referente às prescrições poderia ser otimizado com a realização de endoscopia e suspensão do uso, quando constatada ausência de indicação.

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