Revista de Estudios e Investigación en Psicología y Educación (Oct 2015)

Experiências de vitimização de jovens adultos Portugueses

  • José Tomás da Silva,
  • Teresa Sousa Machado,
  • José Pacheco Miguel,
  • António Castro Fonseca

DOI
https://doi.org/10.17979/reipe.2015.0.05.341
Journal volume & issue
no. 05

Abstract

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O fenómeno da vitimização tem sido alvo de uma atenção crescente tanto por parte da comunidade científica como dos cidadãos em geral. O interesse por este problema deve-se em grande medida às dimensões desproporcionadas que este atingiu nos media e o consequente alarmismo que alastrou na sociedade sobre a capacidade que teremos para controlar, ou, de alguma maneira, mitigar os danos ou prejuízos daí decorrentes. A frequente divulgação de notícias sobre este tipo de crime certamente contribuiu para incutir uma maior consciencialização das pessoas acerca do fenómeno em si mesmo e para intensificar um sentimento de maior vulnerabilidade face a esta forma de ofensa. Os investigadores da vitimologia estão de acordo sobre a inexistência de um perfil típico da vítima. De facto, pessoas de todas as idades, raças, grupos étnicos e classes socioeconómicas são igualmente susceptíveis de serem alvo de ataques criminosos variados. Mas, por outro lado, se tivermos em consideração as estatísticas disponíveis internacionalmente é possível concluir-se que nem todos os grupos da população têm igual probabilidade de virem a ser vítimas de crime. A literatura mostra que os adolescentes mais velhos e os jovens adultos e que concomitantemente habitam em áreas urbanas com altas taxas de criminalidade, são os grupos que têm maior probabilidade de serem vítimas de crime. Além disso, a literatura mostra que aspectos relativos ao estilo de vida, local de residência e raça parecem ser importantes preditores de quem tem maior risco de ser vítima de um crime. Outro resultado bastante consistente dos estudos psicossociais atuais diz respeito à coexistência de comportamento anti-social e vitimização nos mesmos indivíduos. Estudos sobre vitimização ainda são raros em Portugal e ainda mais infrequentes são os trabalhos que procuram analisar os possíveis efeitos de variáveis de saúde mental no comportamento anti-social e na vitimização. Neste estudo iremos examinar a relação entre vitimização e comportamento anti-social em jovens adultos da comunidade Portugueses (aproximadamente 400 respondentes de ambos os sexos). Especificamente, iremos (1) examinar o grau de incidência (frequência) de vitimizações neste período da vida, (2) as características que diferenciam as vítimas das não vítimas e (3) a relação da vitimização com outros problemas da idade adulta. Dado o impacto que a experiência de vitimização tem tanto a curto como a longo prazo na vida das pessoas, o estudo destas questões é importante para um melhor entendimento das causas destes fenómenos e para o desenvolvimento de intervenções psicológicas mais eficazes nesta área.

Keywords