Revista de Saúde Pública (Jun 1971)

A assistência hospitalar geral e especializada na área metropolitana de São Paulo General and specialized hospital care in the metropolitan area of S. Paulo, Brazil

  • João Yunes,
  • Rosa Bromberg

DOI
https://doi.org/10.1590/S0034-89101971000100003
Journal volume & issue
Vol. 5, no. 1
pp. 23 – 39

Abstract

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A situação da assistência hospitalar é analisada para a área metropolitana de São Paulo que consta de 37 municípios e comporta uma população de cerca de oito milhões de habitantes. Para o ano de 1970, a rêde hospitalar contava com 207 estabelecimentos com capacidade de 43.639 leitos (5,5 leitos/1000 habitantes). A proporção de leitos encontrada, quando comparada com outras capitais brasileiras e outros países, é baixa, sendo incompatível com o grau de desenvolvimento sócio-econômico da área. A assistência hospitalar geral é prestada por 166 dos 207 estabelecimentos, sendo 86% pertencentes a entidades privadas contando com 25.574 leitos (3,2 leitos/1000 habitantes). Considerando-se como satisfatórios 5 leitos/1000 habitantes, a atual oferta é insuficiente, havendo um deficit de 14.331 leitos. Êste deficit é agravado pela inexistência de critérios racionais na localização dos hospitais. Dos 37 municípios da área, 19 (250.000 habitantes) não possuem hospital geral e 35 não contam com nenhum hospital geral público. O município de São Paulo possui 2.491 leitos infantis. Adotando-se como satisfatória a proporção de 21% dos leitos gerais, há um déficit de 3.649 leitos (59% dos leitos existentes). A assistência hospitalar ao psicopata conta com 34 estabelecimentos que possuem um total de 15.686 leitos (2 leitos/1000 habitantes). Adotando-se um padrão satisfatório de 3 leitos/1000 habitantes, há um deficit de 8.257 leitos. A qualidade do atendimento é insatisfatória, visto a superlotação existente. Há carência de pessoal médico e paramédico, comprometendo os serviços prestados. Mais de 80% dos leitos do Estado de São Paulo (cêrca de 18 milhões de habitantes) estão concentrados na área metropolitana. Em relação à disponibilidade de leitos para atendimento ao doente de tuberculose e hanseníase, não há deficit, encontrando-se mesmo a existência de leitos ociosos, explicável, em parte, pela ênfase que se tem dado ao tratamento ambulatorial. Em relação ao padrão qualitativo de atendimento, foram encontradas as mesmas limitações anteriormente descritas.The situation of hospital care is analysed in the metropolitan area of S. Paulo, which consists of 37 cities and contains a population of about 8 000 000 inhabitants. In 1970, the number of hospitals was 207 with 43 639 beds (5.5 beds/1000 inhabitants). Compared to other Brazilian capitals and other countries, this rate of beds is too low and it doesn't suit to the level of its social and economic development. The general hospital care is given by 166 units and 86% belongs to private agencies and it has 25 574 beds (3.2 beds/1000 inhabitants). The actual situation is unsatisfactory when considering 5 beds/1000 inhabitants satisfactory and there is a deficit of 14 331 beds. This deficit increases since there has not been a rational criteria in the local distribuition of hospitals. From the 37 urban communities that exist in the area, 19 (250 000 inhabitants) have not general hospital and 35 cannot receive any general public hospital assistance. The city of São Paulo has 2 491 infant beds. Since we admit that 21% of general beds for children is satisfactory, there is a deficit of 3649 beds (59% of the existing beds). The hospital care given to the psychopath includes 34 hospitals which have 15686 beds (2 beds/1000 inhabitants). There is a deficit of 8 257 beds considering as satisfactory the rate of 3 beds/1000 inhabitants. The quality of the hospital care is insufficient because these hospitals are overcrowded. There is need of medical and paramedical persons, and this situation is harmful to the medical hospital care. More than 80% of beds in the State of São Paulo (almost 18 000 000 inhabitants) is centralized in the metropolitan area. Related to the available beds that give care to the tuberculosis and leprous patients there is no deficit and there are even vacant beds. This situation can be explained in large part by the emphasis given to out patients care. Connected to the qualitative pattern of medical hospital care the same limitations as described above were found.

Keywords