Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE APROVEITAMENTO DE PLASMAS EXCEDENTES DO HEMOCENTRO-UNICAMP ENVIADAS PARA O FRACIONAMENTO INDUSTRIAL

  • HAV Rocha,
  • E Machado,
  • VO Prudêncio,
  • JCDS Silva,
  • RP Oliveira,
  • NC Junior,
  • VC Vieira,
  • APS Souza,
  • MAF Vizechi,
  • KCS Zapponi

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S717

Abstract

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Objetivo: Avaliar o índice de envio e aproveitamento de bolsas de plasmas excedentes do hemocentro-UNICAMP para o fracionamento industrial e possíveis causas que impactam a melhoria destes índices. Material e métodos: trata-se de um estudo observacional, onde foi realizado o levantamento estatístico da coleta de doadores, produção e distribuição de plasma para indústria utilizando o Sistema de Gestão de Hemoterapia da instituição. A análise do aproveitamento do plasma foi realizada a partir dos relatórios enviados pela Hemobrás referente a análise final de cada remessa mensal no período de junho de 2022 a abril de 2024. Resultados: Foram coletadas 121.294 bolsas de sangue total (ST), das quais foram produzidos 83.258 (67,3%) Plasma Fresco Congelado (PFC), 35.190 (28,4%) Plasma Comum (PC) e 5.228 (4,2%) Plasma Isento de Crio (PIC). Destes, 55.462 PFC foram enviados para o fracionamento industrial, totalizando 44,8% do plasma produzido. Foram descartados 30,6% de plasmas que não chegaram a realizar o processo de congelamento, sendo 86,3% de PC e 13,6% de PIC. Do total de plasmas recebidos pela indústria, 97,2% foram processados, apenas 2,7% foram descartados. Quando comparado os resultados das diferentes remessas, as principais causas de descarte foram: segmentos com hemácias (44,3%), bolsas quebradas (34,7%), segmentos com selagem inadequada (10,2%) e outros (16,6%). Ambas as causas mantiveram uma constância similar entre as remessas. Porém, as últimas 2 remessas apresentaram uma diminuição no descarte, sendo o único motivo bolsas quebradas. Discussão e conclusão: : Durante o processo de auditoria realizado pela Hemobrás em 2021, algumas melhorias foram realizadas em relação ao processo de produção e congelamento de plasma, bem como na gestão da qualidade, o que impactou significativamente o sucesso do índice de aproveitamento do plasma excedente disponibilizado pelo Hemocentro-Unicamp. A similaridade na porcentagem de perdas entre as remessas mensais e os motivos de descartes, demonstram que o Hemocentro apresenta homogeneidade nos processos de produção e triagem dos plasmas, sendo os segmentos com hemácias e bolsas quebradas pontos de maior destaque. A diminuição do índice de descarte nas 2 últimas remessas tendo como único fator bolsas quebradas, está atribuído a melhorias implantadas no fluxo da rotulagem, validação e distribuição do plasma, contemplando tripla checagem nestes processos. Embora estes resultados sejam representativos, estratégias de melhorarias no acondicionamento e transporte devem ser aplicados, de forma a minimizar os impactos que causam ruptura das bolsas. Além disso, a insuficiência de equipamentos e recursos humanos que impactam no processo de congelamento e distribuição destas bolsas, fato observado pela taxa de descarte de PC e PIC sem congelamento, devem ser levados em consideração, e pauta de destaque em discussões sobre estratégias a serem desenvolvidas para alcançar o objetivo de autossuficiência do país no processo de produção nacional de medicamentos derivados do sangue. Portanto, ações que busquem aumentar a disponibilidade de plasma e diminuir o desprezo destes hemocomponentes são fundamentais e precisam ser estruturados com ações conjunta entre, Hemobrás, Ministério da Saúde e serviços de hemoterapia, sobretudo com fomentação de infraestrutura e recursos humanos.