Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Jan 2023)

Automedicação em gestantes acompanhadas na estratégia de saúde da familia de um município do Sertão Central do Ceará

  • Cinara Pessoa Vidal,
  • Karla Bruna Nogueira Torres Barros,
  • Liene Ribeiro de Lima,
  • Maria Luisa De Macedo Arraes,
  • Deive Ribeiro Brito,
  • Carla Patricia de Almeida Oliveira,
  • Leina Mércia de Oliveira Vasconcelos,
  • Donato Mileno Barreira Filho,
  • Victoria De Almeida Costa,
  • Carla Alves dos Santos,
  • Telina Alzira Ribeiro Costa,
  • Terezinha Pessoa Lima,
  • Sylas Rhuan Pereira Soares Da Silva Portácio,
  • Edmir Geraldo Siqueira Fraga

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2016.v1.s1.p.10
Journal volume & issue
Vol. 1, no. s. 1

Abstract

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As práticas terapêuticas em saúde configuram-se, na sua quase totalidade, em terapias medicamentosas. Isso ocorre porque os fármacos têm o propósito de manter a saúde em equilíbrio, promovendo a cura, aliviando sintomas e prevenindo doenças. Na gravidez, os medicamentos só devem ser utilizados quando houver um benefício evidente para a mãe ou o feto, o medicamento estiver sendo comercializado há um longo período de tempo e for considerado seguro em relação ao surgimento de efeitos adversos na população exposta. Referido estudo tem como objetivos, identificar o perfil da gestante quanto à automedicação e a potencial relação com os desfechos teratogênicos, na atenção primária nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da zona urbana, na cidade de Quixadá, investigar o perfil sócio demográfico, clínico e obstétrico das gestantes, caracterizar as categorias quanto aos riscos do feto de acordo com a FDA, classificar as medicações utilizadas pelas gestantes e detectar as principais intercorrências materna e perinatal decorrentes da automedicação. Estudo descritivo exploratória com abordagem quantitativa, com análise observacional realizado em 9 equipes da Estratégia Saúde da Família da zona urbana em um município do Sertão Central do Ceará, com gestantes acompanhadas pelas equipes, totalizando 161 mulheres. Os dados foram coletados no período de fevereiro e março do ano de 2016, as mulheres foram submetidas à aplicação de uma entrevista, individual que foi guiada por um formulário contendo variáveis referentes aos dados sócios demográficos, clínicos, obstétricos e questionadas sobre o conhecimento e uso de sulfato ferroso e ácido fólico, bem como identificar a adesão terapêutica à medicação. Os dados foram analisados pelo programa estatístico EPI INFO 7.0 e expostos em formas de gráficos e tabelas. O estudo obedeceu às recomendações da resolução n°466/12, sendo enviado à Plataforma Brasil e obtendo aprovação sob o nº1.420.350. Identificou-se que a maioria das mulheres entrevistadas possui uma idade média de 26,72 anos (DP ±6,29), predominaram mulheres com companheiros (82,1%) e um nível educacional baixo (58,1%), a maioria das gestantes está dentro do mercado de trabalho (54,6%) com renda familiar média de 860,00R$. Visto que as mulheres entrevistadas (77,9%) iniciaram o pré-natal no 1º Trimestre, com uma média de 2,29 gestações. Em relação aos dados clínicos, foi visto que, (31,2%) das gestantes era portadora de doenças crônicas prevalecendo Diabetes (36,6%) e Hipertensão arterial (50,0%). Observou-se que (100%) das gestantes fizeram uso de ferro e ácido fólico, porém uma minoria (27,9%) fez uso de Suplementação Vitamínica. Referente ao uso variado de medicamentos, na atual gravidez, foi visto que, a maioria das gestantes faziam uso de medicamento para dor ou febre (97,1%), sendo este (36,9%) prescrito. Sobre a realização das orientações efetuadas sobre uso de medicamentos na gravidez, pelos profissionais de saúde, foi evidenciado que, a maioria das gestantes (58,9%) nunca receberam orientação e que (78,7%) nunca participaram de atividades em Educação em Saúde. Ao final desse estudo, pode-se verificar que a automedicação por parte delas é uma realidade. Neste cenário, o profissional farmacêutico é um importante elemento neste processo de prevenção, mantendo uma visão crítica-reflexiva a respeito do impacto de terapias medicamentosas, sobretudo nos serviços de atenção em saúde sobre o uso correto e racional de medicamentos em gestantes.