Revista Brasileira de Anestesiologia (Jun 2011)

Associação entre uso de hemocomponentes e mortalidade em cinco anos após transplante hepático

  • Bruno Salome de Morais,
  • Marcelo Dias Sanches,
  • Agnaldo Soares Lima,
  • Daniel Dias Ribeiro,
  • Teresa Cristina de Abreu Ferrari,
  • Malvina Maria de Freitas Duarte,
  • Guilherme Henrique Gomes Moreira Cançado

DOI
https://doi.org/10.1590/S0034-70942011000300003
Journal volume & issue
Vol. 61, no. 3
pp. 289 – 292

Abstract

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JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A cirurgia de transplante hepático (TH) continua associada a sangramento importante em 20% dos casos, e diversos autores têm demonstrado os riscos relacionados ao uso de hemocomponentes. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto do uso de hemocomponentes durante toda a hospitalização na sobrevida em cinco anos de pacientes submetidos a TH. MÉTODOS: Um total de 113 pacientes submetidos ao TH foi avaliado retrospectivamente. Diversas variáveis, incluindo uso de hemocomponentes no intraoperatório e durante toda a hospitalização, foram categorizadas e avaliadas por meio de análise univariada, pelo teste de Fisher. O nível de significância adotado foi de 5%. Os resultados com p < 0,2 foram submetidos a uma análise multivariada pelo modelo de regressão logística multinominal. RESULTADOS: Doenças parenquimatosas, disfunção renal pré-operatória e maior tempo de internação no CTI e hospitalar se associaram a maior mortalidade em cinco anos após o TH (p < 0,05). Ao contrário do uso de hemocomponentes no intraoperatório, a transfusão acumulada de concentrado de hemácias, plasma fresco congelado e concentrado de plaquetas durante toda a internação hospitalar foi associada à maior mortalidade em cinco anos após o transplante de fígado (p < 0,01). CONCLUSÕES: O estudo alerta para a relação existente entre o uso de hemocomponentes durante a hospitalização e o aumento da mortalidade em cinco anos após o TH.

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