Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

PROTOCOLO BORBOLETA LILÁS – O PRONTO SOCORRO OBSTÉTRICO COMO ESPAÇO DE CUIDADO

  • H Chiattone,
  • RC Rocha,
  • AT Ribeiro,
  • MF Santos,
  • FRD Modesto,
  • E Souza,
  • ARM Cardoso,
  • FT Florentino,
  • JR Crescencio,
  • SS Lima

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S1203

Abstract

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Objetivos: Apresentar fluxo segregado de atendimento a pacientes com perfil de risco para perda gestacional (abortamento ou óbito fetal), mediante história clínica e triagem, visando garantir a segurança do cuidado com atendimento humanizado. Material e métodos: Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, conduzido na rotina de qualidade e segurança do Pronto Socorro Obstétrico do Hospital São Luiz, Unidade Anália Franco, em São Paulo. Utilizamos a pesquisa retrospectiva de 107 atendimentos psicológicos realizados entre março de 2023 a julho de 2024, complementadas pelas evoluções no sistema Tasy e as planilhas diárias de controle de atendimentos do Serviço de Psicologia Hospitalar, além da planilha de produção mensal. A abertura do protocolo tem indicação para todos os casos de risco de abortamento ou de óbito fetal e a paciente terá incluída em sua ficha de triagem o instrumento da “Borboleta Lilás”, símbolo criado com objetivo de destaque visual para ciência de todos os membros da equipe interprofissional. O fluxo prevê o acionamento imediato do Psicólogo que prioriza a avaliação e o atendimento psicológico da paciente e acompanhantes. Resultados: No período de março de 2023 a julho de 2024, foram realizados 104 atendimentos psicológicos às gestantes, sendo 79 avaliações psicológicas e 25 acompanhamentos, com alcance a 96 atendimentos psicológicos a familiares ou acompanhantes. Dos atendimentos psicológicos às gestantes, 62% ocorreram no Pronto Socorro Obstétrico, garantindo a efetividade do acionamento e imediato atendimento e 38% dos atendimentos ocorreram na Maternidade. Dos 96 atendimentos psicológicos aos acompanhantes, 65% foram direcionados aos cônjuges, 17% aos pais da paciente, 12% a amigos(as) ou companheiros(as). As idades das pacientes variaram entre 20 e 45 anos, com prevalência (42%) entre 31 e 35 anos de idade, 28% entre 36 a 40 anos de idade, 20% entre 26 a 30 anos de idade, 7,5% entre 41 e 45 anos de idade e 2,5%, entre 20 a 25 anos de idade. Conclusão: Constatamos que o Protocolo Borboleta Lilás garante cuidado diferenciado e acolhedor na situação de abortamento, incluindo ambiente seguro e atendimento interprofissional de toda a equipe, controle dos tempos contratualizados, atendimento individualizado e humanizado para as pacientes e acompanhantes. Ademais, reforça a importância em legitimar a perda e a possibilidade de sofrimento, minimizando sequelas emocionais de risco a longo prazo (sintomas depressivos, ansiosos e o luto perinatal). O atendimento psicológico aos acompanhantes também se reveste de importância pela sensibilização e possibilidade de orientação necessária ao cuidado da paciente no pós alta, minimizando o comportamento de falsa adaptação a perda.