Reproductive Health (Aug 2020)
Lay knowledge of cervical cancer in Manhiça district, Mozambique: a qualitative study
Abstract
Resumo em Português Antecedentes Moçambique tem uma das maiores taxas de incidência de cancro do colo do útero no mundo. As intervenções de saúde para o cancro do colo do útero ainda têm sido concebidas apenas do ponto de vista de doenças não transmissíveis, apesar do cancro do colo do útero ser também uma problema de saúde sexual e reprodutiva. O objectivo do estudo foi de avaliar em que medida as percepções leigas sobre o cancro do colo do útero alinham-se com o conhecimento biomédico do ponto de vista de saúde sexual e reprodutiva. Métodos Foram realizadas 10 discussões em grupos focais com 10 grupos-alvo no distrito de Manhiça. Os grupos-alvo eram diversos em termos de idade, sexo, nível de educação e ocupação. O estudo envolveu um total 116 participantes. As discussões em grupos focais geraram informação verbal e desencadearam debates sobre crenças e atitudes em relação ao cancro do colo do útero, e também exploraram noções de transmissão e etiologia da doença. As discussões foram gravadas para posterior transcrição e análise, seguindo uma combinação de análise de conteúdo e temática. Resultados Os participantes estavam familiarizados com o termo biomédico “cancro do colo do útero “, mas o seu conhecimento sobre a sua etiologia e transmissão era limitado. O cancro do colo do útero foi associado à transmissão sexual e infecções sexualmente transmissíveis e concebido como uma “ferida que não cicatriza”. O termo “cancro” causou confusão, pois era percebido como ocorrendo apenas nos membros do corpo, entendido como hereditário, não transmissível e como uma doença do Ocidente. Conclusão As percepções leigas sobre o cancro do colo do útero alinham-se, em grande parte às definições biomédicas, portanto, há uma estrutura de base comum para enquadrar futuras intervenções de saúde do ponto de vista da saúde sexual e reprodutiva.
Keywords