Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)

EMBOLIA PULMONAR APÓS CIRURGIA ORTOPÉDICA EM IDOSO COM HEMOFILIA A - RELATO DE CASO

  • DDL Nascimento,
  • ACR Meira,
  • MFH Costa,
  • MC Pereira,
  • MCG Silva,
  • VMA Bandeira,
  • LG Carvalho,
  • MCB Correia,
  • AM Vanderlei

Journal volume & issue
Vol. 43
p. S224

Abstract

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Introdução: A hemofilia A é doença hereditária, cerca de 6 vezes mais prevalente quando comparada a hemofilia B. A ocorrência de embolia pulmonar é raro nessas doenças, com poucos casos descritos na literatura. Há associaçãoes de pacientes que possuiam trombofilia em associação, neoplasias, bem como nos eventos de cirurgias ortopédicas. OBJETIVO: caso clínico: Homem, 67 anos, admitido no pós-operatório de correção cirúrgica de fratura transtrocantérica em fêmur direito após queda de própria altura. De antecedentes pessoais: hipertensão arterial crônica, diabetes mellitus tipo 2, cefaleia do tipo tensional crônica, HCV+ não tratado, etilista. Nos antecedentes familiares, nota-se que há uma predominância da doença nos homens da família, como tios e irmãos. Paciente refere que quando criança seus ferimentos demoravam muito para cicatrizar e que não recebia tratamento adequado, fator que contribuiu para o surgimento de deformidades ainda jovem. Ao exame físico, nota-se várias deformidades e artroses em articulação coxofemoral direita, joelhos e tornozelos, incluindo hemartrose em ambos joelhos, além de amputação prévia de hálux direito por gangrena séptica. Deambula com dificuldade, está emagrecido e tem dificuldade de adesão aos tratamentos propostos de suas comorbidades. O paciente possui diagnóstico prévio de Hemofilia A hereditária moderada, e se encontrava em uso de profilaxia secundária de longa duração (PSLD) com FVIII plasmático 1500 UI 3 vezes por semana há 6 anos, além de estar em uso crônico de Metformina, Losartana, sinvastatina e amitriptilina. No último escore FISH (2019) realizado com o paciente, obteve-se um resultado de 15, onde o paciente relatou incapacidade de agachar, correr, subir escadas e sentar e levantar-se. No atual internamento, evolui em leito de enfermaria, em uso diário de FVIII 2000 UI em bólus e enoxaparina 120 mg. Realizado Ultrassonografia Doppler de membros inferiores, onde não foram evidenciados sinais de trombose venosa profunda. Em seguida, realizada Tomografia Computadorizada de Tórax, onde foi possível observar sinais compatíveis com o diagnóstico de Embolia Pulmonar. Discussão: Casos de embolia pulmonar nos pacientes com hemofilia são de rara ocorrência, quando um paciente com dispneia e fatores de risco adjacentes, como o paciente do relato, no pós operatório de cirurgia ortopédica, devem ser realizados exames de imagem e a possibilidade de embolia investigada, a fim de instituir tratamento adequado e evitar desfavoráveis desfechos. Conclusão: Considerando que existe um estado de hipocoagulação nas hemofilias, a possibilidade de ocorrência de um embolismos pulmonar muitas vezes pode passar despercebida pela equipe assistencial, sendo este relato de importância para corroborar com a literatura médica vigente.