Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Oct 1974)

Esquistossomose mansônica: a propósito da alta predominância das formas intestinais em uma localidade do Estado de Pernambuco

  • Ruy João Marques,
  • Dirceu Pessoa Costa,
  • Mauro W. Siqueira,
  • Geraldo José M. Pereira

Journal volume & issue
Vol. 8, no. 5
pp. 275 – 282

Abstract

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Considerando que a Esquistossomose Mansônica é geralmente considerada doença de mau prognóstico, os Autores lembram que esta noção é fruto do contacto exclusivo, por parte dos médicos, com casos avançados e graves, praticamente os únicos que vêm ter aos hospitais das grandes cidades. Ressaltando que estágios ou pesquisas em zonas endêmicas dão, aos interessados pelo assunto, uma visão mais exata da morbidade da parasitose, eles reproduzem seus achados em 220 esquistossomóticos de uma localidade (Tiúma) do Município de São Lourenço da Mata, Pernambuco: 90% de formas intestinais (muitas vezes assintomáticas), 7,7% de formas hépato-intestinais e 2,3% de formas hépato-espleno-intestinais. Nenhuma forma descompensada com hematêmese, ascite ou coma hepático foi assinalada. Aproveitando a circunstância, foram recordadas as possíveis causas determinantes das formas clínicas e da evolução da Esquistossomose Mansônica, acreditando os Autores serem duas as de maior importância : a carga parasitária e as reações imunológicas.Although Schistosomiasis mansoni is generally considered as a disease of severe prognosis, the AA attributed this notion to the fact that doctors living in big cities, farway from the endemic regions, are used to see not more than very advanced and serious cases, the only ones which come to their hospitais. Enphasizing that visíts to or researches on the areas of endemicity give to the doctors a more exact idea of the morbidily of the parasitosis, they present the result of a parasitological and clinicai study performed in a small village (Tiuma) of São Lourenço da Mata, State of Pernambuco, Brazil; 90% of patients with intestinal form (many assymptomatic cases), 7,7% with the hepato-intestinal form, and 2,3% with the hepato-spleno-intestinal form of the disease. No one of the 220 patients had digestive hemorrhage, ascites or hepatic coma during the period of observation. A review of the possible causes of variations in the evolution of the infection ly Schistosoma mansoni was made. The AA admit that the heaviness of the infection (worm burden) and the immunological conditions of each patient are the most important ones.