Revista de Administração Pública (Aug 2017)

O financiamento da cultura no Brasil no período 2003-15: um caminho para geração de renda monopolista

  • Camila Furlan da Costa,
  • Igor Baptista de Oliveira Medeiros,
  • Guilherme Brandelli Bucco

DOI
https://doi.org/10.1590/0034-7612162254
Journal volume & issue
Vol. 51, no. 4
pp. 509 – 527

Abstract

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Resumo Este artigo analisa o financiamento público da cultura no Brasil, a partir de um estudo longitudinal quantitativo dos projetos aprovados pelo Ministério da Cultura entre 2003 e 2015, com base teórica na categoria de renda monopolista oriunda da economia política. Os resultados evidenciaram que, mesmo com a modificação na concepção de cultura no plano governamental, há concentração de incentivadores e de proponentes que utilizam a Lei de Incentivo à Cultura (LIC) para a obtenção de recursos no fomento a projetos. Concluímos que a política pública de financiamento da cultura continua transferindo para o mercado a decisão de quais projetos serão financiados. O mercado, por sua vez, tende à geração de renda monopolista, por meio do uso do recurso público para a promoção de projetos culturais que interessam à imagem organizacional sob o monopólio de poucas produtoras e fundações.

Keywords