Convergência Lusíada (Jun 2017)
Prosador em anos de poesia: Helder Macedo e seus Poemas novos e velhos
Abstract
Helder Macedo, ao lançar em 2011 o livro Poemas novos e velhos, inclui poemas publicados em décadas anteriores e textos inéditos, versando sobre a passagem do tempo, o envelhecimento, as perdas. O livro tem uma tonalidade trágica, uma vez que várias das perdas referem-se à “morte dos amigos, a morte de pessoas que amei. A horrenda sacanice que me fizeram de terem morrido”, conforme entrevista dada a Pedro Teixeira Neves. Esses desaparecimentos obrigam o mundo a reorganizar-se “povoado de fantasmas”. No esforço em perscrutar os sentidos (im)possíveis das perdas e das ausências, conclui Macedo que “a poesia que se resolve, que adquire o sossego, é o silêncio”. Mas é nesse perscrutar que o olhar do eu lírico volta sobre o passado e que surge a metáfora do eterno retorno, contrapondo perda e morte à vida celebrada.