Cadernos de Saúde Pública (Mar 1994)

Prevalência de violência física relatada contra crianças em uma população de ambulatório pediátrico Prevalence of reported child abuse by parents in a pediatric out-patient population

  • Adriana Davoli,
  • Fortunato Antonio B. Palhares,
  • Heleno R. Corrêa-Filho,
  • Ana Laura V. Dias,
  • Adriana B. Antunes,
  • Julian F. Serpa,
  • Patrícia Schincariol

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-311X1994000100010
Journal volume & issue
Vol. 10, no. 1
pp. 92 – 98

Abstract

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Foi realizado um estudo transversal para se estimar a prevalência da violência física contra crianças de 0 a 13 anos, enquanto método disciplinar, em pacientes do Ambulatório de Pediatria do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas. A cidade conta com 1 milhão de habitantes com cobertura universal de serviços de saúde. Foi aplicado um questionário a 130 responsáveis que trouxeram as crianças à consulta ambulatorial, através de um esquema aleatório de seleção. A prevalência de crianças agredidas foi de 10,8%. O critério adotado considerou como agredidas as crianças cujos responsáveis relataram o uso de força física, batendo em menores de 1 ano, ou crianças com mais de 1 ano que apresentaram lesões após a agressão física. A aplicação do questionário evidenciou a necessidade de se realizar a avaliação do mesmo enquanto instrumento de medida quantitativa em uma população, visando futuros estudos de prevalência ou incidência. Evidenciou-se também a necessidade do emprego de métodos quantitativos para se aprofundar a pesquisa sobre a gênese sócio-psicológica da agressão física com finalidade supostamente disciplinatórias.A cross-sectional study was carried out to estimate prevalence of child abuse with battering among patients under age 14 for alleged disciplinary purposes. The reference population were children attending pediatric out-patient services at the University Hospital in Campinas, State of São Paulo, Brazil, a city of one million inhabitants with universal coverage in terms of accessing health care in the unit under study. Interviews were carried out with 130 parents or guardians in a randomly selected group according to order of attendance, and the prevalence of child abuse was estimated at 10.8%, considering as positive cases those where parents referred child battering under age one year or where there was evidence of bodily lesion over age one year. A validation study for the experimental questionnaire is proposed in order to allow for future estimation of population prevalence or incidence. The use of qualitative methods is also recommended as a means of gathering detailed data on socio-psychological determination for the supposedly disciplinary aggression with child abuse.

Keywords