Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

ANÁLISE DESCRITIVA DA PROFILAXIA SEGUNDO TIPO E MOMENTO DE INTRODUÇÃO EM PACIENTES COM NEOPLASIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL – RESULTADOS PRELIMINARES DO ESTUDO TROMBOGLIO

  • VC Veiga,
  • FR Moraes,
  • SV Peres,
  • TLVDP Ostolin,
  • GNR Batistella,
  • CA Clara,
  • FEA Chadda-Neto,
  • CAF Yamada,
  • AM Baeta,
  • AB Cavalcanti

Journal volume & issue
Vol. 45
p. S467

Abstract

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Introdução/Objetivos: Pacientes com neoplasias do sistema nervoso central (SNC) apresentam risco aumentado para o desenvolvimento de eventos trombóticos. No entanto, faltam evidências na literatura para definição do manejo neste grupo de pacientes. O objetivo é descrever as medidas de profilaxia empregadas em pacientes com neoplasias malignas do SNC, em hospitais brasileiros. Materiais e métodos: Trata-se de multicêntrico do tipo coorte retrospectiva e prospectiva, cujo objetivo primário é investigar a incidência de eventos trombóticos e hemorrágicos em pacientes adultos de ambos os sexos, com neoplasia maligna do SNC, diagnosticadas entre 2021 e 2023. Em andamento, o estudo já conta com dados coletados de prontuários de pacientes de cinco hospitais brasileiros em duas regiões do país (Sudeste e Nordeste). A variável dependente profilaxia (i.e., ausência de profilaxia, mecânica, farmacológica e combinada) foi avaliada em dois momentos: pós-cirurgia e pós-evento trombótico. Os dados foram analisados em frequências (n, %) e mediana (intervalo interquartil) e aplicados os testes do Qui-quadrado e Mann-Whitney. Resultados: 177 pacientes foram incluídos no estudo, dos quais 60,7% eram homens e média de idade de 52 anos (DP = 15,9). A profilaxia pós-cirúrgica mais frequente foi a Combinada (46,6%), seguida da Mecânica (34,4%). Contudo, 10,7% (n = 14) pacientes não foram submetidos a qualquer profilaxia. 92,2% dos pacientes receberam profilaxia durante a internação. A mediana do uso da profilaxia Farmacológica e Mecânica foi de 2 meses. Dos pacientes analisados, 17 (9,6%) apresentaram evento trombótico. Verificaram-se percentuais similares entre pacientes que realizaram ou não profilaxia associados ao evento trombótico (6 vs 7,1%; p > 0,050). Pacientes com evento trombótico apresentaram tempo superior entre a data da cirurgia e o momento de introdução da profilaxia. Para a profilaxia Farmacológica, o tempo mediano de introdução entre os pacientes com evento trombótico foi de 4,5 dias (IQ 2,5 – 5,0) comparado com 2 dias (IQ 2,0 – 5,0) entre aqueles sem o evento (p = 0,130). Para a profilaxia Mecânica, o tempo mediano de introdução entre os pacientes com evento trombótico foi de 3,5 dias (IQ 2,0 – 5,0) comparado com 2 dias (IQ 1,0 – 4,0) entre aqueles sem o evento (p = 0,326). Os tipos de profilaxia pós-evento trombótico mais frequentes foram Enoxaparina (n = 6; 37,5%) e Rivaroxabana (n = 5; 31,3%). Discussão: Por estar em andamento e visto que a amostra prevista é de 400 pacientes, os achados podem apresentar alterações futuras. A profilaxia do tipo Combinada foi a mais frequente. A ausência de significância entre a proporção de eventos trombóticos quanto a realização ou não de profilaxia, pode sugerir maior relevância do histórico de saúde e características clínicas na ocorrência do evento, bem como determinar o manejo prévio destes pacientes. Adicionalmente, o tempo de profilaxia pode ser determinante para o sucesso da conduta, o que requer mais investigações. Conclusão: Pós cirurgia, a profilaxia Combinada foi utilizada em quase 50% dos pacientes, enquanto pós presença de evento trombótico, o uso da profilaxia farmacológica com enoxaparina foi o mais frequente. Conduto, são necessárias análises adicionais para confirmar se há influência da profilaxia na ocorrência do evento trombótico.