Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (Jan 2020)

Síndrome da ressecção anterior do reto: fatores preditivos.

  • Fernanda Letícia Cavalcante Miacci,
  • Camila Roginski Guetter,
  • Paula Heroso Moreira,
  • Maria Cristina Sartor,
  • Mariane Christina Savio,
  • Antonio Baldin Júnior,
  • Norton Luiz Nóbrega

DOI
https://doi.org/10.1590/0100-6991e-20192361
Journal volume & issue
Vol. 46, no. 6

Abstract

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RESUMO Objetivo: identificar fatores preditivos da síndrome da ressecção anterior do reto (SRAR) que podem contribuir para o seu diagnóstico e tratamento precoces. Métodos: estudo de coorte retrospectivo de pacientes submetidos à ressecção anterior do reto entre 2007 e 2017 no Serviço de Coloproctologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Foram realizadas análises de curva ROC (Receiver Operating Characteristic Curve Analysis) ou COR (Característica de Operação do Receptor) para identificar os fatores preditivos da SRAR. Resultados: foram incluídos 64 pacientes com dados completos. A idade dos homens foi de 60,1±11,4 anos e 37,10% eram do sexo masculino. Vinte pacientes (32,26%) apresentaram SRAR. Os sintomas mais relatados foram evacuação incompleta (60%) e urgência (55%). Na análise univariada, a distância da anastomose à margem anal (p<0,001), terapia neoadjuvante (p=0,0014) e confecção de ileostomia no momento da ressecção (p=0,0023) foram preditivos da SRAR. Análise da curva ROC mostrou um ponto de corte de 6,5cm na distância da anastomose à margem anal como preditor da SRAR. Conclusão: distância entre anastomose e margem anal, história de terapia neoajuvante e confecção de estoma são condições que podem ajudar a predizer o desenvolvimento da SRAR. A orientação e o envolvimento na educação do paciente, bem como, o manejo precoce podem reduzir potencialmente o impacto desses sintomas na qualidade de vida dos pacientes.

Keywords