Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Sep 2003)

Surgical prophylaxis secundary to cryptogenic stroke or transient ischemic attack in patients with patent foramen ovale Profilaxia cirúrgica secundária do acidente vascular cerebral ou ataque isquêmico transitório de origem indeterminada em pacientes com forame oval persistente

  • Michele E.A. Guffi

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-76382003000300009
Journal volume & issue
Vol. 18, no. 3
pp. 242 – 252

Abstract

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INTRODUCTION: Prevention of recurrent cryptogenic strokes or transient ischemic attacks in adults with patent foramen ovale (PFO) represents a therapeutic challenge. Antithrombotic pharmacological treatment is widely used, but its indication is limited because of its significant complications. OBJECTIVE: To demonstrate the efficacy of the surgical closure of patent foramen ovale (PFO) as prophylaxis secondary to cryptogenic strokes or transient ischemic attacks of undetermined origin. METHOD: In this study, 31 men and 16 women with previous ischemic cerebral events underwent direct surgical closure of the PFO. Mean age was 40 years (from 27 to 59 years). No coexisting cause of the stroke was found after extensive investigation, including blood coagulation tests, transesophageal contrast echocardiography (TEE), extracranial and transcranial doppler ultrasonography, 24-hour electrocardiographic monitoring, brain magnetic resonance (BMR) and CT scan. Criteria for operation also included at least two of the following: atrial septal aneurysm, multiple cerebral infarcts, multiple cerebral events and a history of Valsalva strain before stroke. Before operation, only one patient had two shunts (1 PFO and 1 intrapulmonary shunt). RESULTS: No complications occurred during or after the operation, but a few hours after the operation transient arrhythmias developed in four patients without atrial fibrillation, hemodynamic instability nor embolism. All patients survived in class I (NYHA) and during a mean follow-up of 36 months, no patient had recurrence of the stroke or transient ischemic attacks. All patients prospectively underwent BMR and contrast TEE with simultaneous transcranial doppler ultrasonography. A residual right-to-left shunt, smaller than the preoperative one, was observed in only one patient, whereas no lesion was seen on the BMR. CONCLUSION: It is concluded that surgical closure of PFO in patients with presumed paradoxical embolism is safe and avoids recurrent stroke.INTRODUÇÃO: A prevenção do acidente vascular cerebral (AVC) ou ataque isquêmico transitório (AIT) de origem indeterminada recorrente em adultos com forame oval persistente (FOP) representa um desafio terapêutico. O tratamento farmacológico antitrombótico é amplamente usado, mas a sua indicação é limitada, devido principalmente às suas importantes complicações. OBJETIVO: Demonstrar a eficácia da atriosseptorrafia como profilaxia secundária do AVC ou AIT de origem indeterminada em pacientes com FOP. MÉTODO: Foram estudados 47 pacientes, sendo 31 homens e 16 mulheres com eventos isquêmicos cerebrais. Todos foram submetidos a fechamento cirúrgico direto do FOP. A idade media foi de 40 anos. Não foi achada causa concomitante do AVC ou AIT após investigações, as quais incluíram testes de coagulação sanguínea, ecocardiografia transesofágica de contraste (ETE), ultra-sonografia doppler transcraniana e extracraniana (UDT), monitorização eletrocardiográfica de 24 horas, ressonância magnética cerebral (RMC) e tomografia axial computadorizada (TAC). Os critérios para indicação cirúrgica foram pelo menos dois dos seguintes eventos: aneurisma do septo interatrial, infartos cerebrais múltiplos, eventos cerebrais múltiplos e história de manobra de Valsalva antes do AVC ou AIT. RESULTADOS: Não ocorreram complicações durante ou após as operações. Quatro pacientes apresentaram arritmia transitória algumas horas após a operação, sem fibrilação atrial, nem instabilidade hemodinâmica ou embolismo. Todos os pacientes sobreviveram em classe I (NYHA) e durante seguimento médio de 36 meses nenhum paciente apresentou recorrência do AVC ou AIT. Todos os pacientes foram submetidos prospectivamente a RMC e ETE de contraste com simultânea UDT. Apenas um paciente apresentou desvio residual direita-esquerda, menor do que o desvio pré-operatório, porém sem lesões na RMC. CONCLUSÃO: A atriosseptorrafia em pacientes com suspeita de embolia paradoxal é segura e pode evitar o AVC ou AIT recorrente nos primeiros 36 meses de seguimento.

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