Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (Dec 2021)

Determinantes antropométricos da pressão arterial elevada em escolares do ensino fundamental

  • Laiza Santos Pimentel Haddad,
  • Kiscila Araújo Fernandes ,
  • Guilherme Burini Lopes,
  • Francielle Bosi Rodrigues Veloso,
  • Sheila Cristina Caniçali,
  • Wanêssa Lacerda Poton

DOI
https://doi.org/10.5712/rbmfc16(43)2779
Journal volume & issue
Vol. 16, no. 43

Abstract

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Introdução: A hipertensão arterial infantil vem recebendo atenção especial dos pediatras, pois o aumento da pressão arterial na infância contribui para o início precoce da hipertensão arterial essencial na idade adulta e para a mortalidade por doenças cardiovasculares. As medidas antropométricas têm sido úteis para o diagnóstico de sobrepeso e obesidade na infância, e tais condições são consideradas de risco para hipertensão arterial na idade adulta. Quanto mais precoce a identificação desses fatores de risco, seja no ambiente escolar, seja nos serviços de saúde, mais ações preventivas poderão ser desenvolvidas para minimizar tal problemática. Objetivo: Identificar a incidência de pressão arterial elevada e sua associação com medidas antropométricas em escolares do ensino fundamental. Métodos: Estudo longitudinal com 1.116 escolares; destes, 133 participaram de três avaliações no período de 2017 a 2019. As informações demográficas, as medidas antropométricas (peso, altura, circunferência abdominal, índice de massa corporal) e as pressóricas (sistólica e diastólica ajustadas de acordo com os parâmetros do Centro de Controle e Prevenção de Doenças para sexo e idade) foram registradas em formulário. A associação das variáveis com a pressão arterial elevada foi analisada por meio da regressão de Poisson, com ajuste robusto da variância. Resultados: Dos estudantes, 51,6% eram meninos com, em média, 7,9 anos, e 45,4% tinham pressão arterial elevada conforme os critérios do Centro de Controle e Prevenção de Doenças. Entre os que apresentaram circunferência abdominal elevada, 19,4% evoluíram de pressão sistólica normal para elevada e 35,5% de pressão diastólica normal para elevada ao longo dos três anos de acompanhamento. Nos escolares com sobrepeso ou obesidade, a pressão sistólica normal evoluiu para elevada em 20,7 e 21,2%, respectivamente, e a pressão diastólica normal evoluiu para elevada em 24,1 e 42,4%, respectivamente. Os escolares com circunferência abdominal (risco relativo – RR 1,51; intervalo de confiança – IC95% 1,20–1,91; RR 1,58; IC95% 1,25–2,00), peso (RR 1,37; IC95% 1,08–1,74; RR 1,34; IC95% 1,05–1,71) e índice de massa corporal elevado (RR 1,51; IC95% 1,21–1,87; RR 1,50; IC95% 1,20–1,88) apresentaram maior risco para hipertensão sistólica e diastólica, respectivamente. Conclusão: A circunferência abdominal, o peso e o índice de massa corporal estiveram associados com o aumento da pressão arterial sistólica e diastólica nos escolares, e o risco foi maior entre os que tinham circunferência abdominal aumentada.

Keywords