Estudos de Psicologia (Campinas) ()

Os mortos e feridos na “guerra às drogas”: uma crítica ao paradigma proibicionista

  • Larissa Nadine RYBKA,
  • Juliana Luporini do NASCIMENTO,
  • Raquel Souza Lobo GUZZO

DOI
https://doi.org/10.1590/1982-02752018000100010
Journal volume & issue
Vol. 35, no. 1
pp. 99 – 109

Abstract

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Resumo A crítica ao proibicionismo, paradigma de política de drogas globalmente hegemônico, tem como ponto de partida a emergência da própria “questão das drogas”, em âmbito internacional, há aproximadamente um século. As motivações, as estratégias e os desdobramentos desse paradigma serão analisados em torno dos dois eixos que o constituem: a medicalização e a criminalização (ambos associados a questões morais profundamente arraigadas nas sociedades que o adotaram. O presente artigo se deterá nas particularidades do processo brasileiro, desde a implantação do proibicionismo, no início do século XX, até a sua configuração atual de “guerra às drogas”, engendrada nos anos 1960. Nessa trajetória, a partir dos anos 1970, vozes dissonantes oriundas de diversos campos de conhecimento e de ação política têm se erguido. A explicitação dos objetivos não declarados da “guerra às drogas” (que a tornam, afinal, vitoriosa) e a construção de políticas públicas alternativas por esses atores têm gerado tensões e fissuras importantes na política de drogas vigente.

Keywords