Escola Anna Nery (Nov 2021)

O tempo do luto materno pelo filho que morreu na infância

  • Maria Augusta Rocha Bezerra,
  • Ruth Cardoso Rocha,
  • Cristianne Teixeira Carneiro,
  • Karla Nayalle de Souza Rocha,
  • Diogo Filipe Santos Moura,
  • Silvana Santiago da Rocha

DOI
https://doi.org/10.1590/2177-9465-ean-2021-0264
Journal volume & issue
Vol. 26

Abstract

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Resumo Objetivo desvelar o movimento existencial da mãe após a morte do filho por acidente doméstico na infância. Método pesquisa embasada no referencial teórico-filosófico-metodológico da fenomenologia de Martin Heidegger, com dados coletados entre maio e junho de 2017, mediante entrevista fenomenológica com 10 mães cujos filhos morreram em decorrência de acidentes domésticos na infância. Resultados da compreensão dos relatos, emergiram três temáticas: Lembrando o sofrimento profundo diante da morte do filho e os primeiros dias/meses sem ele; Revivendo a dor no presente, por meio da falta diária e das datas importantes e objetos/símbolos da criança; e Antecipando que a dor e a falta que sentem dos filhos nunca irão passar. Conclusão e implicações para a prática o tempo não é preditor da elaboração do luto materno. Neste contexto, o vivido da mãe é composto por um conjunto de significados, que envolvem multiplicidade de fatores e geram importantes repercussões ao longo da vida. Na perspectiva para promoção do cuidado, emergem, assim, a necessidade de ampliar a compreensão e as ações de acolhimento à mãe enlutada, refletindo sobre a temporalidade como constituinte do enlutamento materno.

Keywords