Sağlık Akademisi Kastamonu (Oct 2022)

A CULPA É DOS OUTROS: O DIAGNÓSTICO DE HIV E A BUSCA PELOS CULPADOS

  • Camila Carvalho Do Vale,
  • Letícia Lima Oliveira,
  • Mayara Del Aguilal Pacheco,
  • Raffaelly Da Conceição Barra Portilho,
  • Iací Proença Palmeira,
  • Widson Davi Vaz De Matos

DOI
https://doi.org/10.25279/sak.1135647
Journal volume & issue
Vol. 7, no. Special Issue
pp. 47 – 48

Abstract

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Introdução: Estar gestante e viver com o diagnóstico de HIV configura-se em um momento desencadeante de grande vulnerabilidade psicossocial, fato esse influenciado não só por se tratar de um vírus estigmatizado, mas, também, porque sua trajetória induz, muitas vezes, a um estado de ansiedade inerente à sua atual condição. Trata-se de doença muito conhecida, porém pouco compreendida, pois a simples menção de seu nome ou a possibilidade de estar acometida por ela aterroriza as gestantes pela sua vinculação à memória social da aids decorrente do estigma, configurando-se como uma ameaça não só para a gravidez como, também, à saúde da criança, gerando incerteza e sentimento de vulnerabilidade consigo e com o filho. Sentimentos esses que são expressados através do choro, angústia, medo, ideia de finitude e incurabilidade. Objetivo: Este estudo teve como objetivo analisar as representações sociais das gestantes sobre gestar vivendo com HIV. Método: Pesquisa de base qualitativa e descritiva, cujo referencial teórico metodológico consistiu na empregabilidade da Teoria das Representações Sociais, de Serge Moscovici dentro da abordagem processual. Participaram deste estudo quarenta gestantes que conviviam com HIV atendidas nas dependências de uma Unidade de Referência Especializada. Realizaram-se entrevistas com auxílio de instrumento semi estruturado. O estudo foi aprovado pelo CEP da Escola de Enfermagem Magalhães Barata. Resultados: Realizou-se análise lexical, através do software ALCESTE, que originou seis classes e, dentre estas “A busca pelos culpados: o HIV é doença do outro”, os léxicos permitiram depreender que os conteúdos se congregaram em torno das gestantes encontrarem culpados para suas condições, eximindo-se da culpa corre que ambas as partes buscaram culpados por suas infecções e, algumas ao invés de se vitimizarem foram responsabilizadas por seus parceiros ao saberem do diagnóstico. Dessa forma, o outro é sempre aquele mais vulnerável a adquirir o HIV, ao passo que as mulheres não, sobretudo, por não pertencerem aos grupos de risco ou, na visão delas, por terem relacionamentos estáveis. Conclusões: As representações sociais das gestantes sobre gestar vivendo com HIV foram erigidas em atinência à história da epidemia, cujo cerne é o estigma e o preconceito ideados pelo medo da morte e estereótipos de pessoas em estágio terminal da aids. Essa construção é simbólica, figurativa e arraigada em crenças, medo, preconceito, discriminação e estereótipos, que dão ao HIV a conotação de uma doença e não um vírus, que giram em torno do universo consensual do grupo de abordagem, bem como são compartilhados nesse meio com o objetivo de comunicação e orientação de condutas.

Keywords