Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)
IMUNOTERAPIA COMO TRATAMENTO PARA PACIENTES PEDIÁTRICOS COM LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA: AVANÇOS E DESAFIOS
Abstract
Objetivos: Agrupar resultados de vários estudos sobre avanços e desafios do tratamento de pacientes pediátricos acometidos pela leucemia linfoblástica aguda em imunoterapia. Metodologia: Trata-se de uma revisão literária realizada mediante análise de artigos publicados entre 2019 e 2023, escritos em inglês, por meio da base de dados Pubmed. Para isto, utilizou-se as palavras-chave: “immunotherapy”, “pediatric”e “leukemia”. Resultados: Diante da busca, foi identificado os CD3/CD19 biespecíficos T Cell engagers, que são designados para reconhecer e ligar dois epítopos ou antígenos diferentes, demonstrando um grande potencial terapêutico contra cânceres. O blinatumomab é uma estrutura de anticorpo biespecífico das células T que se liga especificamente ao receptor CD19 expresso na superfície das células com origem na linhagem B, linfócitos ALL, e com o antígeno CD3 expresso na superfície das células T. Tal ligação proporciona resposta imune citotóxica, engajando as células T normais do paciente contra as células blásticas CD19. Também é utilizado a imunoterapia com Células CAR-T, que consiste na modificação genética de células T autólogas para reconhecer e destruir células de origem leucêmica. As células CAR-T reconhecem os antígenos nas células leucêmicas ativando a célula T e eliminando as células tumorais. Alguns pacientes não responderam ao tratamento e outros sofreram com mau prognóstico. Discussão: As abordagens imunoterápicas disponíveis são bastante benéficas para pacientes com LLA pediátrico. Destaca-se Blinatumomabe por desencadear uma resposta imune citotóxica eficiente em baixas concentrações, através da produção de proteínas citolíticas, liberação de citocinas pró-inflamatórias e ativação das células T, usada em crianças com LLA-B refratária. Contudo, há desafios, como ter um baixo peso molecular, necessitando de infusão endovenosa contínua; causar resistência ao longo do tempo, pela diminuição significativa da expressão de CD19, e aumentar o risco de neurotoxicidade e síndrome de liberação de citocinas. Atualmente, estudos em andamento avaliam outro fármaco capaz de, em conjunto, superar tal resistência mantendo seus efeitos positivos. Outro fármaco de considerável relevância é o Inotuzumab Ozogamicina, composto por um anticorpo específico para CD22 e caliqueamicina, uma citotoxina. Sua ação é através da hidrólise da caliqueamicina, que acarreta na lise de DNA de fita dupla, resultando em apoptose. A substância também beneficia crianças com LLA-B refratária, além dos adultos. No entanto, apesar de bem tolerado em estudos realizados, os efeitos adversos da imunoterapia foram neutropenia febril e infecções, sendo comuns entre os pacientes testados. Dados benefícios, tornou eficiente a terapia com direcionamento duplo CD19 e CD22 para prevenir o escape, já que é inesperado que as células B afetem ambos simultaneamente. Contudo, os estudos de avaliação da aplicabilidade e segurança deste imunoterápico ainda estão em andamento. Conclusão: Portanto, a imunoterapia é uma opção eficaz e válida contra a LLA de células B em pacientes pediátricos. Apesar de estudos ainda estarem em andamento, os resultados, até então, são promissores. Entretanto, ainda há desafios a serem enfrentados em relação à toxicidade e a resistência do tratamento. O objetivo é que haja integração da imunoterapia no tratamento inicial do LLA-B pediátrico com eficácia cada vez mais expressiva e redução dos efeitos adversos.