Letras de Hoje (Jan 2020)
Conhecimento linguístico do letrado acerca das expressões de futuridade: forma perifrástica (gramática nuclear/L1) versus forma sintética (gramática periférica/L2) = The linguistic knowledge of the literate about the futurity expression: periphrastic form (core grammar/L1) versus synthetic form (peripheral grammar/L2) = El conocimiento lingüístico del alfabetizado sobre la expresión del futuro: forma perifrástica (gramática nuclear/L1) versus forma sintética (gramática periférica/L2)
Abstract
Considerando o português adquirido naturalmente como L1 e o ensinado nas escolas como L2, dados orais e escritos de: a) crianças em fase de aquisição; b) estudantes entre a 1ª a 8ª série; e c) acadêmicos; foram analisados, haja vista as expressões de futuridade: a) futuro sintético; b) “ir” + infinitivo; c) “haver + de”; e d) forma de presente. Ademais, contrastamos esses dados com peças históricas do português brasileiro (PB) entre o século XVI-XXI. Os resultados mostram que o futuro sintético não é adquirido naturalmente e, somente na escrita, quanto maior a escolaridade, maior sua frequência; a estrutura adquirida naturalmente é “ir” + infinitivo, usada tanto na oralidade, quanto na escrita, independentemente do grau de escolaridade. Verificamos também que a escola recupera somente alguns fósseis linguísticos, não todos. Propomos, pois, que a língua-I do letrado consiste na forma “ir” + infinitivo como parte da gramática nuclear e na forma sintética como parte da gramática periférica