Trends in Psychiatry and Psychotherapy (Jan 2013)
Is it all grist to the mill? Wandering between indications for psychoanalytic treatment and the analytic field Caiu na rede é peixe? Entre as indicações de tratamento psicanalítico e o campo analítico
Abstract
Determining the indications and contraindications for psychoanalytic treatment seems crucial to achieve therapeutic success and improve treatment effectiveness. In reviewing the classic literature on the topic, aspects such as age, diagnosis, motivation for treatment, present moment in life, ability to gain insight, psychic suffering when seeking treatment, defensive behaviors, and frustration tolerance are clearly analyzed by therapists/analysts when indicating psychoanalytic treatments. However, traditionally, most criteria underlying such indications date back to a time when the therapeutic relationship was viewed merely as a therapist treating a patient, with no regard to the therapeutic relationship itself. The goal of this article was to critically review the relevance and current adequacy of indications for psychoanalytic treatment, in view of advancements in knowledge on the analytic field. Considering cases that do not evolve as expected according to the indications, patients who are better suited to certain therapists, and therapist-patient pairs that modify their interaction over the course of treatment, the main question remains on how to identify the necessary elements in evaluating a candidate patient for psychoanalytic treatment, as well as the significant elements of therapeutic action.Determinar critérios de indicação e contraindicação para tratamentos psicanalíticos parece um ponto técnico crucial para a obtenção de sucesso terapêutico e a elevação de seus índices de efetividade. Na revisão da literatura clássica sobre o tema, percebe-se que a idade, o diagnóstico do paciente, a motivação para tratamento, o momento de vida, a capacidade de insight, o sofrimento psíquico apresentado no momento da busca de tratamento, o estilo defensivo e a tolerância à frustração são alguns dos pontos analisados pelos terapeutas/analistas para indicar tratamentos psicanalíticos. Contudo, classicamente, tais indicações provêm de um período em que a relação terapêutica era vista meramente como um terapeuta atendendo um paciente, sem levar em conta a relação terapêutica propriamente dita. O objetivo deste artigo foi revisar criticamente a relevância e pertinência atual das indicações para tratamento psicanalítico, tendo em vista a evolução dos conhecimentos sobre o campo analítico. Considerando casos que não evoluem da maneira esperada segundo as indicações, pacientes que se adaptam melhor a determinados terapeutas e duplas que modificam sua interação ao longo do tempo de tratamento, a principal questão continua sendo como identificar quais seriam os elementos necessários na avaliação de um paciente candidato a tratamento psicanalítico, bem como os elementos significativos da ação terapêutica.