Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Feb 2023)

A importância da adesão ao tratamento medicamentoso em crianças e adolescentes que vivem com fibrose cística

  • Fernanda Matos Fontenelle,
  • Hermes Augusto dos Santos Neto,
  • Jane Carneiro,
  • Diego Silva,
  • Dulce Brás Impene Combo

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2022.v1.s2.p.23
Journal volume & issue
Vol. 1, no. s.2

Abstract

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Introdução: A fibrose cística (FC) é uma doença genética, causada por mutações no gene Cystic Fibrosis Transmembrane Regulator (CFTR). Uma proteína de mesmo nome é codificada por este gene, sendo responsável pelo transporte de íons através das membranas das células epiteliais, presentes em diversos órgãos, resultando na produção de secreções espessas, causando desta forma, alterações orgânicas. Nas formas clássicas, caracteriza-se por doença pulmonar progressiva, disfunção pancreática exócrina e elevada concentração de cloro e sódio no suor. Em virtude do seu caráter crônico e progressivo, a FC requer um tratamento complexo e contínuo, executado inúmeras vezes ao dia, dificultando a adesão. A quantidade prescrita de medicamentos é inversamente proporcional à Adesão ao Tratamento (AT). O tratamento prescrito tem o intuito de proporcionar uma melhora progressiva da qualidade de vida do indivíduo. Objetivos: Mostrar a importância da AT medicamentoso no retardo da progressão da doença em indivíduos que vivem com FC. Métodos: Utilizou-se um estudo de corte transversal para medir a AT autorrelatada aos seguintes medicamentos: pancreatina, alfadornase e tobramicina. Associou-se à boa AT com variáveis clínicas, idade e sexo do paciente, através das razões de prevalência. Resultados e discussão: A mediana (Q1-Q3) de idade dos indivíduos foi de 7,3 (3,4 -12,4) anos Vinte e quatro indivíduos (55,8%) eram do sexo feminino. Os medicamentos eram usualmente administrados por um cuidador 39 (90,7%). Houve boa AT autorreferida para o uso dos medicamentos estudados, observando maior associação entre a AT e idade atual da criança inferior a 14 anos (RP=2,15) e sexo feminino (RP=1,35). Conclusões: A boa AT associou-se à baixa idade do participante e ao sexo feminino para todos os medicamentos, mostrando a importância do cuidador no monitoramento do tratamento prescrito. A AT é indispensável para as pessoas com FC, sendo necessário estudar os fatores que facilitem a transição da infância para a adolescência e criar estratégias para melhorar a adesão, com a finalidade de aumentar a expectativa média de vida e a sobrevida dos indivíduos afetados com esta patologia.