Revista Interdisciplinar em Cultura e Sociedade (Jan 2019)

O paternalismo escravista em perspectiva na literatura: contrapontos entre o Demônio Familiar e Úrsula

  • José Lucas Góes Benevides,
  • Bruno Flávio Lontra Fagundes

Journal volume & issue
Vol. 4, no. 2
pp. 107 – 126

Abstract

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A segunda metade do século XIX é marcada pelo fortalecimento de ideias antiescravistas no Brasil e pela Lei Eusébio de Queirós (1850) que proibia o tráfico negreiro no país. Esse novo contexto coloca em questão a legitimidade do regime escravocrata por meio do debate por argumentos favoráveis e contrários à manutenção da escravidão, dentre os quais se insere o paternalismo. Essa ideologia paternalista, baseada na presumida filantropia da escravidão para com os africanos e seus descendentes, também foi debatida por meio da produção literária antiescravista. Partindo dessa premissa, o artigo tem como tema a representação da escravidão na peça teatral O demônio familiar (1857), de José de Alencar, e no romance Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis. O texto tem como foco uma análise comparativa de como o paternalismo escravista é tratado nos textos literários em questão. Essa pesquisa tem como aportes teóricos Chalhoub (2003; 2012), Costa (2008), Parron (2009), Marquese (2004), dentre outros.

Keywords