Revista Cubana de Estomatología (Dec 2011)
Avaliação do perfil de risco de cárie dentária em gestantes de Araraquara, Brasil
Abstract
O conhecimento do risco de cárie na gravidez é essencial para um correto plano de tratamento com ações educativas e preventivas às mães para que possam cuidar adequadamente de sua saúde bucal e de seus filhos. Este estudo retrospectivo teve como objetivo identificar o risco de cárie de gestantes (15-44 anos; média= 25 anos) que frequentaram a clínica de odontologia preventiva da Faculdade de Odontologia de Araraquara, Universidade Estadual Paulista de 1999 a 2007. Um total de 166 prontuários, preenchidos por alunos do 3º ano do Curso de Graduação, seguindo orientações pré-estabelecidas, foram utilizados. Coletou-se informação sobre: classificação do diagnóstico de risco de cárie, trimestre gestacional, consumo de carboidratos (entre ou durante as refeições), placa corada (registro de controle de placa de O'Leary), número e grupo de dentes com experiência de cárie. Para análise estatística foram utilizados o teste de qui-quadrado e ANOVA. A maioria das gestantes (92,1 %) apresentou 25 % ou mais das superfícies dentárias com placa dental. A média (desvio-padrão) de dentes obturados e cariados foi 7,9 (5,1) e 4,0 (3,4), respectiva emente. Os dentes posteriores foram os mais acometidos por cárie/restaurações. Quanto ao diagnóstico de risco à cárie, a classificação alta foi observada em 38,5 % das gestantes, moderada em 47,6 % e baixa em 13,9 %. Houve associação estatisticamente significativa (p= 0,001) entre o consumo de carboidratos e o diagnóstico de risco de cárie. O índice de placa foi semelhante nos diferentes trimestres gestacionais (f= 0,223; p= 0,803). Portanto pode-se concluir que o risco de cárie da grande maioria das gestantes foi alto ou moderado e esteve estatisticamente associado ao consumo de carboidratos.