Arquivos de Gastroenterologia (Dec 2012)

Risk factors for nonalcoholic steatohepatitis in cryptogenic cirrhosis Fatores de risco para esteatohepatite não-alcoólica na cirrose criptogênica

  • Andrea Benevides Leite,
  • Angelo Alves de Mattos,
  • Angelo Zambam de Mattos,
  • Gabriela Perdomo Coral,
  • Sandro Evaldt

Journal volume & issue
Vol. 49, no. 4
pp. 245 – 249

Abstract

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CONTEXT: In about 10% of patients with chronic liver disease, it is not possible to identify an etiologic factor. These cases are called cryptogenic cirrhosis. Currently, nonalcoholic steatohepatitis (NASH) is being considered as a possible etiologic factor for a significant segment of patients that presents with cryptogenic cirrhosis. OBJECTIVE: To estimate the prevalence of risk factors for NASH in patients with cryptogenic cirrhosis, in order to verify if there is a causal relationship between them. METHOD: Cross-sectional study, with evaluation of the demographic and laboratorial data of patients with cryptogenic cirrhosis. They were compared with data obtained from a group with NASH and a group with alcoholic and/or hepatitis C (HCV) cirrhosis. RESULTS: Forty seven patients with cryptogenic cirrhosis were evaluated, 47 with NASH and 196 with HCV and/or alcoholic cirrhosis. The mean age of patients with cryptogenic cirrhosis was 52 years, while in those with NASH it was 46.4 years (P = 0,041). The group with cryptogenic cirrhosis had 23 female and 24 male patients. Of the patients who presented with NASH, 68.1% were female. Of the patients who presented with alcoholic/HCV cirrhosis, 64.8% were male. There were no statistically significant differences between the groups. In cryptogenic cirrhosis patients, the following prevalences could be observed: impaired fasting glycemia - 68.2%; obesity - 27.5%; total hypercholesterolemia - 27.9%; low HDL levels - 58.1% (women - 81%; men - 36.4%); hypertriglyceridemia - 16.3%. The results seen in cryptogenic cirrhosis patients showed statistical similarity with the results of the NASH group regarding fasting glycemia (62.8%) and male HDL levels (53.8%). The comparison with the alcoholic/HCV cirrhosis group showed statistical differences regarding fasting glycemia (45.2%), hypercholesterolemia (13.3%) and female HDL levels (50.8%). CONCLUSIONS: It is not possible to establish a causal relationship between cryptogenic cirrhosis and NASH. Only data related to fasting glycemia and HDL levels in male patients showed statistical similarities between both groups of patients.CONTEXTO: Em aproximadamente 10% dos pacientes com doença hepática crônica não é possível identificar um fator etiológico, sendo então rotulados como tendo cirrose criptogênica. Atualmente a esteatohepatite não-alcoólica (EHNA) tem sido considerada como provável etiologia em parcela significativa desses pacientes. OBJETIVO: Estimar a prevalência de fatores de risco para EHNA em pacientes com cirrose criptogênica com o intuito de verificar uma possível relação causal entre as duas doenças. MÉTODOS: Estudo transversal em que foi avaliado o registro de dados demográficos e laboratoriais de pacientes com cirrose criptogênica com a finalidade de compará-los com aqueles obtidos de um grupo de pacientes com EHNA e de um grupo controle composto de cirróticos por hepatite C (HCV) e/ou álcool. RESULTADOS: Foram avaliados 47 pacientes com cirrose criptogênica, 47 com EHNA e 196 com cirrose por HCV e/ou álcool. A média de idade dos pacientes com cirrose criptogênica foi 52 anos, enquanto a daqueles com EHNA foi 46,4 anos (P = 0,041). No grupo com cirosse criptogênica havia 23 mulheres e 24 homens. Naqueles com EHNA predominou o gênero feminino (68,1%) e nos cirróticos por HCV e/ou álcool predominou o gênero masculino (64,8%), sem diferença estatística entre os grupos. Naqueles com cirrose criptogênica, a prevalência de glicemia de jejum alterada foi 68,2%; obesidade, 27,5%; hipercolesterolemia total, 27,9%; baixos níveis de HDL, 58,1% (81% nas mulheres e 36,4% nos homens); e hipertrigliceridemia, 16,3%. A comparação com dados observados nos pacientes com EHNA mostra semelhança estatística entre o perfil glicêmico (62,8%) e níveis de HDL nos homens (53,8%). A comparação com os cirróticos relacionados ao HCV e/ou álcool mostra diferença estatística no perfil glicêmico (45,2%), colesterol total (13,3%) e HDL nas mulheres (50,8%). CONCLUSÃO: Não foi possível estabelecer uma relação causal entre a EHNA e a cirrose criptogênica. Apenas o perfil glicêmico e os níveis de HDL colesterol nos pacientes masculinos apresentaram semelhanças estatísticas entre os dois grupos de doentes.

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