Brazilian Journal of Infectious Diseases (Jan 2022)

TOLERÂNCIA ANTIMICROBIANA EM ISOLADOS CLÍNICOS DE STENOTROPHOMONAS MALTOPHILIA

  • Maria Luiza Scardua Pereira,
  • Mariana Abou Mourad Ferreira,
  • Rodrigo Cayo,
  • Ana Cristina Gales,
  • Kênia Valéria dos Santos

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 101772

Abstract

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Introdução/Objetivos: Stenotrophomonas maltophilia tem mostrado participação significativa em infecções nosocomiais, especialmente em pacientes imunossuprimidos, como os que fazem hemodiálise e aqueles com fibrose cística. Falhas clínicas em infecções causadas por bactérias suscetíveis têm chamado a atenção para o fenômeno da tolerância antimicrobiana. Assim, considerando a pressão seletiva imposta pela terapia empírica, especialmente em pacientes imunossuprimidos, buscamos detectar tolerância a antimicrobianos em isolados clínicos de S. maltophilia. Métodos: Cinquenta amostras de S. maltophilia confirmadas por MALDI-TOF MS foram testadas para suscetibilidade aos antimicrobianos por microdiluição ou disco-difusão. Apenas as amostras sensíveis foram testadas para tolerância à ceftazidime (CAZ), ciprofloxacina (CIP), levofloxacina (LVX) e ticarcilina-clavulanato (TCC) utilizando uma técnica de disco difusão modificada. Amostras com redução média de halo de inibição menor ou igual ao controle positivo para tolerância (D25) foram consideradas tolerantes. Resultados: A frequência de resistência antimicrobiana foi de 64% (n = 32), 24% (n = 12) e 2% (n = 1) para CAZ, CIP e TCC, respectivamente. Todas as amostras foram sensíveis à LVX. A tolerância a pelo menos um antimicrobiano foi detectada em 80% das amostras. A frequência de tolerância foi de 40%, 79,5%, 52% e 16,3% para CAZ, CIP, LVX e TCC, respectivamente. Conclusão: A maioria das amostras clínicas de S. maltophilia apresentaram altas taxas de tolerância aos antimicrobianos, especialmente para CIP, LVX e CAZ, o que pode ser uma preocupação, dado o arsenal antimicrobiano limitado contra esse patógeno.