Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

ANÁLISE DO IMPACTO DA EDUCAÇÃO COMO FATOR DE RISCO PARA LINFOMAS NÃO-HODGKIN

  • EUG Barbosa,
  • NMES Alves,
  • MBF Pimenta,
  • JFM Viana,
  • GGD Nóbrega,
  • LGL Leite,
  • YGS Medeiros,
  • MAOM Teixeira,
  • FCF Pimenta

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S227 – S228

Abstract

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Introdução: Analisamos os casos de Linfomas Não-Hodgkin (LNH) diagnosticados no período 2019 a 2023, em serviço de referência em alta complexidade no tratamento do câncer na Paraíba, Hospital Napoleão Laureano. Os linfomas são cânceres do sistema imunológico originados em linfócitos que afetam os tecidos linfoides, resultando na formação de tumores. Objetivo: O objetivo do trabalho foi verificar o grau de escolaridade dos pacientes como fator de risco para o surgimento de LNH . Material e método: Foi realizada a coleta de todos os casos registrados de LNH no hospital supracitado, assim como os dados referentes a sua escolaridade. Resultados: Dentre os pacientes analisados, 203 apresentaram LNH e possuíam os seguintes níveis de escolaridade: 17,7% não informaram; 1,5% possuíam ensino superior incompleto; 7,4% possuíam ensino superior completo; 0,5% possuía ensino médio incompleto; 18,7% possuíam ensino médio completo; 16,3% possuíam ensino fundamental incompleto; 8,9% possuíam ensino fundamental completo; 21,7% se declararam apenas alfabetizados; e 7,3% se declararam analfabetos. Discussão: O LNH é um grupo heterogêneo de doenças malignas linfoproliferativas, cada uma com comportamentos, prognósticos e tratamentos distintos. A educação é forma de prevenção primária e é importante principalmente na questão da prevenção de doenças, assim como reconhecimento precoce dos sintomas. A Educação Popular encontra na Atenção Básica (AB) um ambiente fértil e favorável para sua construção. A Política Nacional de Educação Popular em Saúde evidencia a relevância da AB ao apoiar a gestão compartilhada entre trabalhadores e comunidades por meio da incorporação dos princípios da Educação Popular nas ações de educação popular, tendo os territórios de saúde como espaços de criação de políticas públicas. Entretanto, como poder constatar na análise dos dados, os níveis de escolaridade para ambos os linfomas se apresentaram de forma variada, não podendo-se atribuir o nível de escolaridade como forma de prevenção. Para que tal correlação fosse positiva, os dados coletados deveriam ter mostrado que pessoas com maior nível de educação possuíam menos incidência e prevalência de linfomas. Isso significa que as ações voltadas a falta de conhecimento acerca dos linfomas não é um fator de risco no quesito de manifestação da neoplasia. Contudo, a educação é útil para que se procure atendimento médico quando os sintomas começam a se manifestar. Conclusão: Os dados analisados demonstram a necessidade de maior aprofundamento de outros fatores que ajudem a elucidar quais os fatores de risco que estão correlacionados a incidência de linfomas e quais as melhores formas de prevenção. Também se faz necessário mais estudos com estadiamento a fim de estratificar a gravidade e constatar se há ou não correlação da escolaridade com o grau de disseminação da neoplasia.