Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (Jan 2008)

Comparação entre as análises auditiva e acústica nas disartrias Comparison between auditory-perceptual and acoustic analyses in dysarthrias

  • Karin Zazo Ortiz,
  • Luciane Carrillo

DOI
https://doi.org/10.1590/S1516-80342008000400005
Journal volume & issue
Vol. 13, no. 4
pp. 325 – 331

Abstract

Read online

OBJETIVO: Comparar os dados da análise perceptivo-auditiva (subjetiva) com os dados da análise acústica (objetiva). MÉTODOS: Quarenta e dois pacientes disártricos, com diagnósticos neurológicos definidos, 21 do sexo masculino e 21 do sexo feminino foram submetidos à análise perceptual-auditiva e acústica. Todos os pacientes foram submetidos à gravação da voz, tendo sido avaliados, na análise auditiva, tipo de voz, ressonância (equilibrada, hipernasal ou laringo-faríngea), loudness (adequado, diminuído ou aumentado), pitch (adequado, grave, agudo) ataque vocal (isocrônico, brusco ou soproso), e estabilidade (estável ou instável). Para a análise acústica foram utilizados os programas GRAM 5.1.7; para a análise da qualidade vocal e comportamento dos harmônicos na espectrografia e o Programa Vox Metria, para a obtenção das medidas objetivas. RESULTADOS: A comparação entre os achados das análises auditiva e acústica em sua maioria não foi significante, ou seja, não houve uma relação direta entre os achados subjetivos e os dados objetivos. Houve diferença estatisticamente significante apenas entre voz soprosa e Shimmer alterado (p=0,048) e entre a definição dos harmônicos e voz soprosa (p=0,040), sendo assim, observou-se correlação entre a presença de ruído à emissão e soprosidade. CONCLUSÕES: As análises perceptual-auditiva e acústica forneceram dados diferentes, porém complementares, auxiliando, de forma conjunta, no diagnóstico clínico das disartrias.PURPOSE: To compare data found in auditory-perceptual analyses (subjective) and acoustic analyses (objective) in dysarthric patients. METHODS: Forty-two patients with well defined neurological diagnosis, 21 male and 21 female, were evaluated in auditory-perceptual parameters and acoustic measures. All patients had their voices recorded. Auditory-perceptual voice analyses were made considering type of voice, resonance (balanced, hipernasal or laryngopharyngeal), loudness (adequate, decreased or increased), pitch (adequate, low or high), vocal attack (isochronic, sudden or breathy), and voice stability (stable or unstable). Acoustic analyses were made with GRAM 5.1.7 Program that considered voice quality and spectrographic tracing, and Vox Metria Program to obtain objective measures. RESULTS: The comparison between auditory-perceptual and acoustic data showed no correlation for all the parameters analyzed. It was found a significant difference between breathiness and shimmer alteration (p=0.048), and between breathiness and harmonics definition (p=0.040), evidencing correlation between noise presence during emission and breathiness. CONCLUSION: Acoustic analysis associated to auditory-perceptual analysis provided different but complementary data, helping the clinical diagnosis of dysarthias.

Keywords