Psicologia & Sociedade (Jan 2004)
O desafio ético da escrita The ethical challenge of writing
Abstract
Na maioria das vezes a escrita "científica" deixa poucos rastros das inúmeras implicações que a teceu. As dúvidas, os impasses, as noites mal dormidas, as páginas em branco na tela do computador ficam para trás compondo uma memória que se quer esquecida ou uma ferida que se quer cicatrizada ou uma espécie de diário de "erros" superados. Essa escrita é "do que"? Essa escrita é "como"? Essa escrita é "para quê"? Pode-se, podemos, posso fazer uma escrita "higiênica", uma escrita neutra e distante acerca de alguma coisa. A razão no estilo cartesiano assegura métodos de pesquisa e, por conseguinte, também de escrita assépticos e tristes. São todos aqueles textos que nossos olhos percorrem por obrigação e que pouco depois esquecemos. São textos que não nos provocam, ou agradam ou desagradam, ou nos trazem alguma idéia ou nos deixam alguma indagação. Neste texto trazemos para análise algumas dessas questões.Most of times "scientific" writing leaves few tracks of the many implications that wove it. The doubts, the impasses, the nights badly slept, the blank pages on the computer screen are left behind composing a memory that wants itself forgotten, or a wound that wants itself healed, or a sort of "overcame erros" diary. What is this writing about? How is this writing? What is this writing for? It can be done, we can do, I can do an "hygienic" writing, a neutral and distant writing concerning something. Reason in the cartesian style assures methods of research and, therefore, also of aseptic and sad writing. They are all those texts our eyes go through for obligation and shortly afterwards we forget. They are texts that do not provoke or please or displease or bring us any idea or leave us any doubts. In this text we bring to analysis some of these issues.
Keywords