HU Revista (Jun 2022)

Relação entre o medo do COVID-19 e a sobrecarga física e mental de profissionais de saúde em atendimento contínuo de pacientes durante a pandemia de COVID-19

  • João Pedro Rezende Lacerda,
  • Iandra de Freitas Oliveira,
  • Yuri Ferreira e Costa de Aguiar,
  • Pedro Henrique Andrade Cunha,
  • Rodolfo Falco Locarno,
  • Lucas Augusto Lopes Moraes,
  • Luciana Angélica da Silva de Jesus,
  • Leda Marília Fonseca Lucinda

DOI
https://doi.org/10.34019/1982-8047.2022.v48.36671
Journal volume & issue
Vol. 48

Abstract

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Introdução: A pandemia da doença por coronavírus 19 (COVID-19) contribui para a exacerbação do estresse e sofrimento dos profissionais de saúde. Por isso, o objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre o medo da COVID-19 e a sobrecarga física e mental dos profissionais de saúde em atendimento contínuo de pacientes durante a pandemia de COVID-19 em duas cidades da região do Campo das Vertentes no estado de Minas Gerais. Material e Métodos: Foi realizado um estudo descritivo transversal com 77 profissionais de saúde (32 (14) anos; 67,5% do gênero feminino) que estavam em atendimento contínuo durante a pandemia de COVID-19. Dados sociodemográficos e profissionais foram coletados e o medo foi avaliado pela Escala de Medo da COVID-19 (EMC-19), sintomas depressivos pelo Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9) e síndrome de Burnout pelo Maslach Burnout Inventory – Human Services Survey (MBI-HSS). Resultados: O escore total da EMC-19 se correlacionou com a carga horária de trabalho semanal (r= 0,395; p<0,001), o PHQ-9 (r= 0,332; p= 0,003) e as dimensões exaustão emocional (r= 0,253; p= 0,026), despersonalização (r= 0,243; p= 0,033) e baixa realização pessoal (r= -0,389; p<0,001) do MBI-HSS. No modelo de regressão linear ajustado para potenciais fatores confundidores, a EMC-19 continuou significativamente associada com a baixa realização pessoal apresentando coeficiente de determinação ajustado de 0,372 (p<0,001). Conclusão: O medo da COVID-19 nos profissionais de saúde em atendimento contínuo de pacientes durante a pandemia de COVID-19 nas duas cidades da região do Campo das Vertentes no estado de Minas Gerais se relacionou com sintomas depressivos e as características da síndrome de Burnout de exaustão emocional, despersonalização e baixa realização pessoal.

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