Boitatá (Sep 2017)

Insubmissão e resistência no conto Isaltina Campo Belo, de Conceição Evaristo

  • Luciana Marquesini Mongim

DOI
https://doi.org/10.5433/boitata.2017v12.e30681
Journal volume & issue
Vol. 12, no. 23

Abstract

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O artigo centra-se na leitura do conto Isaltina Campo Belo, da escritora Conceição Evaristo, a partir do estudo do exercício do ouvir e do narrar e do entrecruzamento de vozes presentes no texto. Como escolha estética, a narradora em primeira pessoa, no presente da narração, posiciona-se como ouvinte e como contadora dos relatos coletados a partir da conversa com a protagonista da história lhe dando voz. Ao fazer isso, a protagonista não assume apenas a função de contar as suas experiências de mulher negra e homossexual, marcadas pela subalternidade, desrespeito, preconceito, violência e dor, mas evidencia a sua insubmissão, uma vez que passa a ser (re)criadora de sua própria história, negando a representação feita pelo outro que sempre lhe coube. Estamos diante da enunciação de discursos minoritários também insubmissos que desconstroem a ideia de homogeneidade e produzem-se a partir de outros lugares de enunciação. O movimento analítico será fundamentado pelos pressupostos das teorias discursivas e enunciativas de Mikhail Bakhtin e Michel Foucault.

Keywords