Tempo Social (Apr 2019)
Governo, ditadura e ciências sociais: O caso português
Abstract
Resumo O presente artigo discute a presumida inexistência de ciências sociais durante o Estado Novo português, executa uma síntese dos mais recentes trabalhos sobre a história da sociologia em Portugal, integra-a no contexto internacional pertinente e sugere que a institucionalização parcial daquele saber no decurso da ditadura pode ser compreendida como “consequência não desejada” de determinadas ações do regime e resultado dos esforços subsequentes da parte de quadros médios da burocracia oficial e/ou de institutos conexos de aconselhamento político no sentido de dar dignidade universitária às suas atividades técnicas. De forma complementar, o mesmo processo pode ainda ser entendido enquanto “autonomização” progressiva e atalhada de “campos sociais” científico-sociais com matrizes diversas.
Keywords