Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)
GERENCIAMENTO DE SANGUE DO PACIENTE E SEU IMPACTO NA REDUÇÃO DE TRANSFUSÕES SANGUÍNEAS
Abstract
Objetivos: O presente estudo objetiva elucidar o gerenciamento de sangue de pacientes como parte de estratégias transfusionais restritivas, importante alternativa para minimizar a realização de transfusões sanguíneas desnecessárias, que podem representar risco à saúde. Metodologia: A partir de um estudo retrospectivo e descritivo, foi elaborada uma revisão de literatura que se baseia em publicações científicas, escritas em português e publicadas entre 2017 e 2023, retirados da base de dados Scielo. Para obtenção desses artigos foram utilizadas as seguintes palavras-chave: “Gerenciamento de Sangue do Paciente”, “Transfusão de Sangue” e “Procedimentos Médicos e Cirúrgicos de Sangue”. Resultados: O gerenciamento de sangue do paciente é uma abordagem eficaz de controle do sangue de pacientes submetidos a cirurgias, tendo como finalidade utilizar racionalmente o sangue e seus derivados, evitando transfusões desnecessárias. Estudos mostraram que essa técnica contribui para a manutenção dos bancos de sangue, além de poupar o paciente de possíveis complicações de uma transfusão sanguínea, como infecções virais e bacterianas ou incompatibilidade do sistema ABO. O gerenciamento baseia-se em três pilares principais, sendo eles o aumento na taxa de hemácias, a diminuição da perda de sangue no período perioperatório e a otimização da tolerância à anemia. Visto isso, os resultados da análise de estudos apontam que o uso do gerenciamento de sangue do paciente proporciona a redução das transfusões de hemocomponentes em geral e de células hematopoiéticas. Ademais, em consequência dessa abordagem mais restritiva do manejo do sangue, diminui a mortalidade e os desfechos clínicos desfavoráveis. Discussão: Diversas estratégias são adotadas para manejar efetivamente o sangue do paciente em situações necessárias, visando à redução de transfusões sanguíneas, que podem impor riscos à saúde do receptor. No pré-operatório, é importante rastrear anemia, que está associada à elevada morbimortalidade e à necessidade de transfusões, além de dificultar uma recuperação eficaz no pós-operatório. Em geral, trata-se esse distúrbio com suplementação oral ou endovenosa de ferro antes do procedimento. Já os glóbulos vermelhos, agentes estimuladores da eritropoiese, incrementam a massa de hemácias, evitando transfusões. No intraoperatório, uma medida relevante a ser implementada é a recuperação do sangue autólogo, em que o sangue do próprio paciente é aspirado e inserido em um recipiente, no qual retira-se restos teciduais, e centrifugado. Assim, gera-se um sangue autólogo, valioso para evitar incompatibilidades imunológicas, com concentrado de hemácias que é infundido de volta no paciente. Além disso, agentes antifibrinolíticos, como ácido tranexâmico, são amplamente utilizados, a fim de estabilizar coágulos e evitar hemorragias. Conclusão: O manejo do sangue do paciente envolve abordagens que são colocadas em práticas tanto no pré-operatório, quanto no intraoperatório em momentos cruciais. Aumentar dos glóbulos vermelhos, evitar perdas sanguíneas excessivas e rastrear e tratar anemia são as principais estratégias usadas pelas equipes médicas para evitar transfusões. Medidas de gerenciamento sanguíneo como rastrear anemia e ferropenia, administrar agentes estimuladores da eritropoiese e reinfusão de sangue autólogo são e devem ser utilizadas para otimizar sangramentos e evitar complicações decorrentes de transfusões.