Revista Brasileira de Terapia Intensiva (Sep 2015)
Near miss materno em unidade de terapia intensiva: aspectos clínicos e epidemiológicos
Abstract
RESUMOObjetivos:Analisar o perfil clínico epidemiológico de mulheres com near miss materno segundo os novos critérios da Organização Mundial da Saúde.Métodos:Foi realizado um estudo descritivo, tipo corte transversal, analisando- se os prontuários das pacientes admitidas na unidade de terapia intensiva obstétrica de um hospital terciário do Recife (Brasil), em um período de quatro anos. Foram incluídas as mulheres que apresentavam pelo menos um dos critérios de near miss. As variáveis estudadas foram: idade, raça/cor, estado civil, escolaridade, procedência, número de gestações e consultas de pré-natal, complicações e procedimentos realizados, via de parto, idade gestacional no parto e critérios de near miss materno. A análise descritiva foi executada utilizando-se o programa Epi-Info 3.5.1.Resultados:Foram identificados 255 casos de near miss materno, totalizando uma razão de near miss materno de 12,8/1.000 nascidos vivos. Dentre esses casos, 43,2% das mulheres apresentavam ensino fundamental incompleto; 44,7% eram primigestas e 20,5% tinham realizado cesariana prévia. Quanto aos diagnósticos específicos, houve predominância dos distúrbios hipertensivos (62,7%), sendo que muitos deles foram complicados pela síndrome HELLP (41,2%). Os critérios laboratoriais de near miss foram os mais observados (59,6%), em função, principalmente, da elevada frequência de plaquetopenia aguda (32,5%).Conclusões:Evidenciou-se uma frequência elevada de mulheres com baixa escolaridade e primigestas. Com os novos critérios propostos pela Organização Mundial da Saúde, os distúrbios hipertensivos da gestação continuam sendo os mais comuns entre os casos de near miss materno. Destaca-se ainda a elevada frequência da síndrome HELLP, o que contribuiu para que a trombocitopenia aguda fosse o critério mais frequente de near miss.
Keywords