Revista Portuguesa de Cardiologia (Nov 2022)
Optimal timing of intervention in non-ST-elevation acute coronary syndromes without pre-treatment
Abstract
Introduction: In patients with non-ST-segment elevation acute coronary syndromes (NSTE-ACS), an invasive strategy is recommended. However, the optimal timing to perform coronary angiography (CA) remains undetermined, and this issue has become particularly relevant since the 2020 European guidelines restricted pre-treatment (PT) with P2Y12 antagonists. Objective: To assess the prognostic value of an early (ES; 24 h) when no loading dose of a P2Y12 antagonist is given as PT in NSTE-ACS. Methods: A retrospective analysis was carried out of patients admitted with NSTE-ACS included in the Portuguese Registry of Acute Coronary Syndromes between 2015 and 2019. Patients undergoing PT were excluded. Patients were divided into two groups regarding the timing of CA (24 h). Independent predictors of a composite of all-cause mortality and rehospitalization for cardiovascular causes at one year were assessed by multivariate logistic regression. Results: A total of 619 patients were assessed, mean age 63±12 years, 77.5% male. On CA, 6.1% had normal coronary arteries, 49.6% single-vessel disease and 44.8% multivessel disease. Revascularization was performed in 88.6%. Pending CA, 66.0% were medicated with ticagrelor and 42.3% with clopidogrel. Adverse in-hospital outcomes were not significantly different between groups, except for more major bleeding in the DS group. The one-year composite endpoint of total mortality and cardiovascular rehospitalization occurred in 8.9%, with no difference between groups. Conclusion: In patients with NSTE-ACS in the absence of PT with a P2Y12 antagonist, an early invasive strategy was not associated with more in-hospital adverse outcomes or a reduction of total mortality and rehospitalization for cardiovascular causes at one year. Resumo: Introdução: Em doentes com síndromes coronárias agudas sem supradesnivelamento de ST (SCA-SST), está recomendada uma estratégia invasiva. Contudo, o melhor timing para realizar a coronariografia (CA) permanece indeterminado tornando-se este tópico particularmente relevante uma vez que as guidelines Europeias de 2020 restringiram o pré-tratamento (PT) com antagonistas P2Y12. Objetivo: Avaliar o valor prognóstico de uma estratégia precoce (EP; 24 h) quando não é administrada dose de carga de um antagonista P2Y12 como pré-tratamento em doentes com SCA-SST. Material e métodos: Análise retrospetiva de doentes admitidos com SCA-SST incluídos no Registo Português de Síndromes Coronárias Agudas entre 2015-19. Doentes submetidos a pré-tratamento foram excluídos. Os doentes foram divididos em dois grupos de acordo com o timing da CA (24). Uma regressão logística multivariada foi realizada para avaliar os fatores preditores do endpoint composto mortalidade por todas as causas e re-hospitalização cardiovascular a um ano. Resultados: 619 doentes foram avaliados, idade média 63±12 anos, 77,5% género masculino. Na CA, 6,1% tinham coronárias normais, 49,6% doença de 1-vaso e 44,8% doença multivaso. A revascularização foi realizada em 88,6%. Durante a CA, 66,0% foram medicados com ticagrelor e 42,3% clopidogrel. Os outcomes adversos intra-hospitalares não foram significativamente diferentes entre os grupos, exceto mais hemorragia major no grupo de ED. O endpoint composto de mortalidade total e rehospitalização cardiovascular a 1-ano ocorreu em 8,9%, sem diferença entre os grupos. Conclusão: Em doentes com SCA-SST na ausência de pré-tratamento com um antagonista P2Y12, uma estratégia invasiva precoce não esteve associada a mais outcomes adversos intra-hospitalares ou a redução de mortalidade total e re-hospitalização cardiovascular a um ano.