Figura (Sep 2019)

O ideal da beleza apolínea: Considerações sobre a noção de cópia na arte romana

  • Evelyne Azevedo

DOI
https://doi.org/10.20396/figura.v3i0.10041
Journal volume & issue
Vol. 3

Abstract

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por este lugar passa toda a história do mundo”1. Quando Goethe escreveu estas palavras, em Roma, no dia três de dezembro de 1786, ele estava inspirado pelas concepções artísticas de Winckelmann e pela ideia de que os romanos haviam copiado o que havia de melhor entre os gregos. Ao falarmos sobre a arte romana, a primeira noção que deve ser abordada é a de que, durante muito tempo, ela foi considerada pelos estudiosos como uma mera continuidade da arte grega, quando não umreflexo decadente da segunda2. O que Goethe ignorava, no entanto, é que a imensa maioria daquilo que ele via, tinha sido apropriado pelos romanos na Antiguidade. Além das famosas “cópias romanas” de “originais gregos”, eles levaram para o território italiano objetos, materiais e mão-de-obra de todos os lugares dominados por eles.