Revista Brasileira de Estudos da Presença (May 2014)
Em Busca de um Ser Humano Não Programado
Abstract
Stanislavski diz a seus atores: o Estúdio é para a Vida. Meyerhold acrescenta: o Teatro é a arte do Homem. Craig prevê um novo ator: Hoje ele personifica e interpreta; amanhã ele precisará representar e interpretar, e no terceiro dia ele irá criar. Grotowski e Barba aproveitam as forças do teatro oriental na epifania do Performer. Finalmente suprimindo a dependência do autor para criar a partir de si mesmo, o novo Performer obtém autonomia artística. Além disso: ao contrário de outros artistas, ele cria através de si mesmo, sem o uso de um meio. O papel do Diretor pressupõe uma fase intermediária: sem a base estável e unificadora do texto do Autor a autonomia arduamente adquirida pelo Performer poderia degenerar-se em individualismo centrado no ego. Segundo a neurociência, a ação precede a consciência. Fora de seu ato criativo como artista e dentro dele como matéria-prima, o Performer desafia limites. Ele é um sujeito-objeto, uma busca pelo Ser Humano não programado.