Revista CEFAC (Aug 2012)

Zumbido e ansiedade: uma revisão da literatura Tinnitus and anxiety: a literature review

  • Marine Raquel Diniz da Rosa,
  • Anna Alice Figueirêdo de Almeida,
  • Flávia Pimenta,
  • Caroline Gonçalves Silva,
  • Maria Aline Ribeiro Lima,
  • Margareth de Fátima Formiga Melo Diniz

Journal volume & issue
Vol. 14, no. 4
pp. 742 – 754

Abstract

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O zumbido, som percebido pelo indivíduo sem que haja estímulo externo, resulta da interação dinâmica de centros do sistema nervoso central, incluindo vias auditivas e não auditivas. O resultado desta interação, especialmente sistema límbico e sistema nervoso autônomo, seria responsável pelo desencadeamento de associações emocionais negativas e reações de incômodo em pacientes com zumbido. A ansiedade, condição fisiológica inerente ao ser humano, quando exacerbada gera um transtorno de humor, comprometendo o pensamento, o comportamento e a atividade psicológica. Se um estímulo interno ou externo for interpretado como perigoso ou ameaçador, desencadeará uma reação emocional caracterizada como estado de ansiedade. Este artigo tem como objetivo realizar uma revisão da literatura sobre a relação do zumbido e da ansiedade. Em se tratando do zumbido, a forma como o som é percebido pode ser alterado pela ansiedade, aguçando assim a sensibilidade para detectar sons que parecem uma ameaça em potencial, pois para muitos o zumbido é sinônimo de enfermidade grave. A etiologia do desenvolvimento da depressão e ansiedade pode estar relacionada ao zumbido. Muitos adquirem esse sintoma por problemas físicos e, consequentemente, desenvolvem a depressão e a ansiedade. Outros com graus diferentes de angústias adquirem o zumbido devido ao comprometimento emocional. Dessa forma, existe um vínculo entre o zumbido e problemas emocionais, mas nem sempre é fácil identificar o precursor. Estudos demonstram que pacientes acometidos pelo zumbido apresentam maior tendência ao suicídio, depressão e ansiedade. Além disso, referem o efeito aditivo da ansiedade e da depressão na qualidade de vida e no zumbido dos indivíduos.Tinnitus is a sound perceived without external stimulus, and results from the dynamic interaction of the centers in the central nervous system, including non-auditory and auditory ways. The result of this interaction, especially with the limbic system and autonomic nervous system, would be responsible for triggering negative emotional associations and distress in patients with tinnitus. Anxiety, a physiological condition inherent to human beings, when exacerbated, generates a mood disorder, affecting thinking, behavior and physiological activity. If an inner or outer stimulus is interpreted as dangerous or threatening, it may trigger an emotional reaction characterized as a state of anxiety. This work aims to review the relationship between tinnitus and anxiety. The tinnitus sound is perceived can be altered by anxiety, thereby, sharpening the sensitivity in detecting sounds that seem a potential threat, because for many people, tinnitus is synonymous with a serious illness. The etiology for the development of depression and anxiety may be related to tinnitus. Many people acquire this symptom by physical problems and hence develop depression and anxiety. Others with different degrees of distress due to tinnitus acquire emotional problems. Thus, there is a probable link between tinnitus and emotional problems, but it is not always easy to identify which one occurs first. Studies show that patients affected by tinnitus have a greater trend for suicide, depression and anxiety. They also refer to the additive cumulative effects of anxiety and depression on the quality of life of tinnitus sufferers.

Keywords