Revista Brasileira de Anestesiologia (Oct 2008)

Pseudoplaquetopenia em paciente submetida à esplenectomia de baço acessório: relato de caso Pseudoplaquetopenia en paciente sometida a la esplenectomía de bazo accesorio: relato de caso Pseudothrombocytopenia in a patient undergoing splenectomy of an accessory spleen: case report

  • Eduardo Jorge Yamada,
  • Anne Francy Pereira Souto,
  • Ellen da Encarnação Onety de Souza,
  • Cid Amorim Nunes,
  • Cremilda Pinheiro Dias

DOI
https://doi.org/10.1590/S0034-70942008000500007
Journal volume & issue
Vol. 58, no. 5
pp. 485 – 491

Abstract

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JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Os testes de coagulação (hemograma e tempo de protrombina) foram inicialmente concebidos como uma forma de rastrear e acompanhar coagulopatias congênitas raras e o hemograma é o que fornece o número de plaquetas por milímetro cúbico. O objetivo deste relato foi apresentar o caso de uma paciente que apresentava um número de plaquetas extremamente baixo quando sua amostra de sangue era analisada em tubo com EDTA e um número normal quando analisada com citrato, alertando para o risco de administração errônea de hemoderivados. RELATO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 40 anos, ASA II. Em 2001, apresentou plaquetopenia no hemograma e foi encaminhada para o hematologista em Manaus, AM, sendo realizada esplenectomia nesse mesmo ano, com diagnóstico de púrpura trombocitopênica idiopática. Com a persistência da plaquetopenia nos hemogramas foi verificado na ecografia de abdômen: imagem hipoecóica de ecotextura semelhante à esplênica, medindo 2,0 × 1,7 cm, forma esférica, conteúdo bem definido (baço acessório) e indicada esplenectomia de baço acessório. Após uma hora de operação, foram colhidas amostras para hemograma e bioquímica: Hb = 11,3 g.dL-1; Ht = 33,4%; Plaquetas = 35.000.µL-1; TAP = 15,2 (86,0% Atividade) (RNI = 1,09). Em virtude do sangramento mínimo no campo cirúrgico, foi solicitado novo exame com citrato para dosagem de plaquetas (resultado: 138.000 plaquetas). CONCLUSÕES: O resultado anômalo em um exame isolado sem correspondência com a clínica do paciente não deve guiar a terapêutica. Todos os exames têm uma porcentagem definida de erros, e a busca desses erros técnicos impede que uma terapêutica errônea seja usada.JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: Las pruebas de coagulación (hemograma y tiempo de protrombina) fueron inicialmente concebidas como una forma de rastrear y acompañar las coagulopatías congénitas raras, siendo el hemograma el que suministra el número de plaquetas por milímetro cúbico. El objetivo de este relato fue presentar el caso de una paciente que presentaba un número de plaquetas extremadamente bajo cuando su muestra de sangre era analizada en un tubo con EDTA y un número normal cuando se analizaba con citrato, avisando sobre el riesgo de la administración equivocada de hemoderivados. RELATO DEL CASO: Paciente del sexo femenino, 40 años, ASA II. En 2001, presentó plaquetopenia en el hemograma y fue llevada al hematólogo en Manaus, estado brasileño de Amazonas, siendo realizada la esplenectomía en ese mismo año, con diagnóstico de púrpura trombocitopénica idiopática. Al continuar la plaquetopenía en los hemogramas se verificó en la ecografía de abdomen: imagen hipoecoica de ecotextura similar a la esplénica, midiendo 2,0 × 1,7 cm, forma esférica, contenido bien definido (bazo accesorio) e indicada esplenectomía de bazo accesorio. Después de una hora de operación, se recogieron muestras para hemograma y bioquímica: Hb = 11,3 g.dL-1; Ht = 33,4%; Plaquetas = 35.000.µL-1; TAP = 15,2 (86,0% Actividad) (RNI = 1,09). Debido al sangramiento mínimo en el campo quirúrgico, fue solicitado un nuevo examen con citrato para la dosificación de plaquetas (resultado: 138.000 plaquetas). CONCLUSIONES: El resultado anómalo en un examen aislado en correspondencia con la clínica del paciente, no debe ser el leitmotiv de la terapéutica. Todos los exámenes poseen un porcentaje definido de errores, y la búsqueda de esos errores técnicos impide que una terapéutica equivocada sea usada.BACKGROUND AND OBJECTIVES: Coagulation tests (CBC and prothrombin time) were initially conceived as a mean of screening and following rare congenital coagulopathies; the CBC provides the number of platelets per cubic milliliter. The objective of this report was to present the case of a patient who presented with an extremely low number of platelets when her blood was analyzed in an EDTA-containing tube and its numbers were normal when the blood was analyzed with citrate, alerting for the risk of erroneously administering blood products. CASE REPORT: This is the case of a 40-year old female patient, ASA II. In 2001 she presented with thrombocytopenia and was referred to a hematologist in Manaus, in the state of Amazonas, Brazil and underwent splenectomy that same year with a diagnosis of idiopathic thrombocytopenic purpura. Since her CBCs continued to show thrombocytopenia, an abdominal ultrasound was done and showed a spherical hypoechoic image, with an echotexture similar to the spleen, measuring 2.0 × 1.7 cm, with well-defined contents (accessory spleen), and a splenectomy was indicated. One hour into the surgery, blood samples were drawn for CBC and chemistry: Hb = 11.3 g.dL-1; Ht = 33.4%; Platelets = 35,000.µL-1; PT = 15.2 (86.0% Activity) (INR = 1.09). Due to the minimal blood loss in the surgical field, a new test with citrate was requested to determine the platelet count (results: 138,000 platelets). CONCLUSIONS: The anomalous result of an isolated exam without corresponding clinical signs should not guide the treatment. All exams have a defined percentage of errors and the search for those technical errors can avoid the use of the wrong treatment.

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