Artefilosofia (Dec 2020)

O Corpo na estética schilleriana

  • Vladimir Vieira

Journal volume & issue
Vol. 15

Abstract

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Porque estabelece vínculos com elementos de ordem sensorial, portanto particular, o corpo surge na Crítica da faculdade do juízo primordialmente como algo prejudicial à justa predicação estética. Por um lado, ele serve, como no caso da tragédia, de analogia para uma espécie de movimento do ânimo que promove nossas forças vitais mas não pode ser pressuposto em qualquer um; por outro, ele é também a fonte de um prazer específico, de natureza agradável, que condena as artes que o produzem, como a música, a uma posição inferior na estrutura hierárquica esboçada nos §§51-54. Neste trabalho, pretendo mostrar que a estética de Schiller, um dos primeiros leitores filosóficos da terceira crítica, subverte essa posição em ambas as direções operando, contudo, dentro do quadro categorial da obra de seu mestre. Textos como “Sobre graça e dignidade” preservam a analogia entre corpo e alma sugerindo, entretanto, que o primeiro pode ser um indício de excelência da segunda. Ademais, Schiller concorda com Kant que o deleite estritamente corporal não é legitimamente estético; é, entretanto, justamente por meio do corpo que se pode produzir na arte o prazer de tipo mais superior, aquele que corresponde à apresentação do suprassensível.

Keywords