CSOnline (Jan 2020)

Do mínimo democrático à vida democrática

  • Esther Maria Passos Simões Fróes Guimarães

DOI
https://doi.org/10.34019/1981-2140.2019.27091
Journal volume & issue
no. 30

Abstract

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Em “Como as Democracias Morrem” (2018), Levitsky e Ziblatt interpretam as recentes turbulências políticas globais em termos da erosão dos regimes de proteção institucional do status quo democrático, usando a metáfora dos “portões de ferro da democracia” para explicar o papel do sistema partidário na proteção da estabilidade democrática. Invertendo a pergunta para “como as democracias vivem?”, o presente trabalho busca uma visão alternativa à do isolacionismo institucional, convergindo debates sobre sobre substância/procedimento e sobre representação/participação ao longo de uma revisão bibliográfica em três etapas: i) o debate sobre substância e do procedimento; ii) o impasse da democracia representativa e participativa/deliberativa; iii) uma convergência das duas discussões para um novo ânimo nas mediações entre procedimento e substância, cotidiano e história, via participação. Conclui que os horizontes de superação da crise estão na combinação de arranjos representativos e participativos para dinamizar intercâmbios entre política e cotidiano, permeabilizando as margens da política. Assim, as democracias vivem na medida em que se movem e viabilizam, institucional e pedagogicamente, sua própria democratização.