Brazilian Journal of Infectious Diseases (Jan 2022)

SARCOMA DE KAPOSI EM PORTADOR DE HIV SEM IMUNOSSUPRESSÃO AVANÇADA: RELATO DE CASO

  • Jaime Emanuel Brito Araujo,
  • Marília Cavalcanti Camêlo,
  • Jessica Carvalho Dantas,
  • Daniel Pinheiro Callou Do Nascimento,
  • Júlia Regina Chaves Pires Leite,
  • Renata Salvador Gaudêncio de Brito,
  • João Paulo Ribeiro Machado,
  • Jack Charley da Silva Acioly,
  • Maria Aparecida de Souza Guedes

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 101867

Abstract

Read online

Hospital Universitário Alcides Carneiro, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande, PB, Brasil Introdução/Objetivo: O Sarcoma de Kaposi (SK) é uma neoplasia angioproliferativa multifocal de etiologia viral e patogênese multifatorial, com a presença de múltiplos nódulos hiperpigmentados e elevados, podendo acometer pele e tecido subcutâneo. Geralmente é associado à síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), sobretudo em pacientes com contagem de Linfócitos T-CD4+ abaixo de 200 células/mm3. Objetivamos relatar o caso de um paciente portador de HIV com Sarcoma de Kaposi. Métodos: Análise de prontuário, descrevendo evolução, diagnóstico, tratamento e intervenção terapêutica. Resultados: Trata-se de paciente de 24 anos, sexo masculino, com diagnóstico de HIV/AIDS havia 1 ano, em uso regular de Terapia Antirretroviral (TARV) com Tenofovir/Lamivudina/Efavirenz, apresentando há 3 meses lesões cutâneas inicialmente vinhosas, arredondadas que, com o passar dos dias, tornam-se purpúricas, elevadas e com distribuição multifocal, em topografia de coxa direita. Coletado material para histopatológico, que mostrou proliferação vascular atípica acometendo derme. Exame Imuno-histoquímico foi compatível com SK, com baixa atividade mitótica, ausência de necrose e imunoexpressão de antígenos vasculares e Herpesvírus 8. Realizou contagem de Linfócitos T-CD4+ de 356 células/mm3 e Carga Viral de HIV-1 Indetectável. Realizado screening para doença disseminada com endoscopia digestiva alta, radiografias de tórax e ósseas nos membros acometidos, ultrassonografia de abdome total e videolaringoscopia, que não demostraram lesões. Devido reações adversas, foi trocado o Efavirenz para Darunavir/Ritonavir. Recusou-se a realizar radioterapia e quimioterapia indicadas por Oncologista, entretanto evoluiu com regressão total das lesões e boa resposta cínica após 6 meses de seguimento. Conclusão: Embora o SK nos portadores de HIV seja mais comum em pacientes contagem de Linfócitos T-CD4+ abaixo de 200 células/mm3, este deve ser lembrado no diagnóstico diferencial de lesões cutâneas. Nas opções terapêuticas estão a terapia antirretroviral e também quimioterapia/radioterapia. O diagnóstico definitivo e precoce afeta substancialmente o prognóstico e evolução dos casos.