Aletria: Revista de Estudos de Literatura (Jan 2009)
Inflexões subalternas nos cosmopolitismos vernaculares
Abstract
O conceito sobre o termo relativamentre novo, “cosmopolitismos vernaculares”, identifica as responsabilidades e os contextos globais ao mesmo tempo que reconhece que eles estão sempre enraizados e enredados em interesses locais, os quais incluem os grupos minoritários que competem dentro da nação. Este artigo examina o termo “europeu” com o objetivo de desnudar os debates revisionistas sobre o cosmopolitismo, especialmente em relação aos “cosmopolitismos vernaculares” que funcionam como uma maneira de incluir os “cosmopolitismos subalternos” por meio da desagregação do cosmopolitismo, num movimento análogo à noção de “processo democrático agnóstico” de Stuart Hall. O paradoxo da frase acima reflete o movimento duplo desses debates: no termo cunhado por Homi Bhabha o “doméstico” ou “nativo” vernacular está sempre em uma relação dialógica com a “ação a distância” do cosmopolitismo global. Exploro essa dinâmica ao focalizar os significados discrepantes de “europeu” e dos termos a ele associados. Neste artigo, meu argumento central é: os termos “oeste” e “europeu” devem ser desconstruídos para que não possam mais ser invocados, nos debates pós-coloniais, como incontestáveis categorias heurísticas como, por exemplo, o “oeste e o resto.” Os novos debates sobre cosmopolitismo abrem caminho para se reconhecer, como estados-nação e como parte da União Europeia, a heterogeneidade cultural de tais entidades geopolíticas. Reconhecer o cosmopolitismo dos grupos subalternos facilita esse empreendimento e ajuda a restabelecer uma perspectiva “planetária.”